Fapesp: Pintor holandês ganha espaço junto aos mestres flamengos

Telas de Frans Post chegam a custar cerca de US$ 200 mil

seg, 21/06/2004 - 16h03 | Do Portal do Governo

Mesmo que Frans Post (cerca de 1612-1680) tenha de ter esperado centenas de anos para ser reconhecido como um grande mestre holandês, seu século de ouro parece ter chegado.Há exatos 400 anos do nascimento do conde Johan Maurits van Nassau-Siegen, o governador-geral que trouxe o pintor em sua comitiva para a colônia holandesa do Recife entre 1637-1644, Post volta a ser mundialmente discutido e reavaliado. Cada vez mais próximo dos pintores de primeira linha, escapa aos poucos do contexto neutro histórico de pintor-viajante de quadros de qualidade irregular. Muito se deve a recentes pesquisas brasileiras.

Para setembro de 2005, Pedro Corrêa do Lago, presidente da Biblioteca Nacional e ex-representante brasileiro da casa de leilões de arte Sotheby’s, cargo que ocupou por 18 anos, e sua mulher, Bia Fonseca, preparam uma mostra no Museu do Louvre com sete telas da primeira fase de Post, período em que morou no Brasil e produziu 18 telas, encomendadas por Nassau.

No ano seguinte, em 2006, é a vez da Alemanha e da Holanda. O Haus der Kunst, em Munique, organiza uma grande exposição com cerca de 50 quadros do mestre. A curadoria é de León Krempel e, no museu Frans Hals, em Haarlem, na Holanda, é de Pieter Biesboer, para onde segue a mostra no mesmo ano.

Na exposição do Louvre deve ser lançado um catalogue raisonné , com cerca de 160 quadros e 40 desenhos. A princípio, serão duas edições diferentes, uma em português e outra em inglês. ‘Há oito anos estamos pesquisando toda a obra de Post, fazendo um levantamento completo. As telas que podem ser falsas estão sendo analisadas por um comitê internacional que criamos’, diz Corrêa do Lago.

No comitê, estão Corrêa do Lago, Bia Fonseca, Frits Du Parc, diretor do museu Mauritshuis, em Haia, um dos grandes especialistas do século 17 holandês. Da casa de leilões Sotheby’s participam o diretor mundial George Watchner e o diretor na Inglaterra George Gordon. Ambos são especialistas nos ‘mestres antigos’. Entre as proezas de Gordon, está a descoberta da tela do mestre flamengo Peter Paul Rubens (1577-1640), O massacre dos inocentes , vendida pela Sotheby’s, em 2002, por quase US$ 80 milhões.

As telas de Post chegam a custar cerca de US$ 200 mil e têm se destacado de uns 15 anos para cá. ‘Isso porque o estudo da obra dele, até então, não tinha distinguido suas quatro diferentes fases’, diz Corrêa do Lago. ‘Sua obra vista como um conjunto só o transforma num pintor irregular.’

Lucrecia Zappi – Rvista Fapesp

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