Um dos primeiros produtos desenvolvidos no Brasil com tecnologia nanométrica está pronto para deixar o laboratório e se incorporar ao dia-a-dia. É uma molécula que tem a função de dosar a intensidade dos raios solares de acordo com a sensibilidade da pele humana. Ela é instalada em um crachá, por exemplo, e ajuda os trabalhadores que têm o sol como companheiro, como os guardas de trânsito, a não se exporem em demasia à radiação solar. Um problema a ser evitado porque o excesso pode resultar em câncer de pele, uma doença causada pelos raios ultravioleta (UV), que chegam à Terra junto com a luz solar, e provoca mais de 100 mil casos por ano no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer.
Chamada de n-Domp (nanodosímetro molecular de uso pessoal), a molécula é um dos muitos projetos na área de nanotecnologia liderados por Petrus D’Amorim Santa-Cruz, coordenador do Laboratório de Nanodispositivos Fotônicos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Para o desenvolvimento e o formato final do n-Domp e de outros futuros produtos, Santa-Cruz formou com mais sete alunos, responsáveis pelas pesquisas, a empresa Ponto Quântico, que está instalada na incubadora da UFPE. Tanto o laboratório como a empresa fazem parte da Rede de Nanotecnologia Molecular e de Interfaces (Renami), uma das redes de nanotecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Marcos de Oliveira – Revista Fapesp