Fapesp: Medusas fixas formam nova classe de animais marinhos

Há espécies venenosas e um simples esbarrão pode provocar envenenamentos fatais

ter, 06/07/2004 - 18h54 | Do Portal do Governo

Parecem cogumelos gelatinosos – vermelhos, azuis, verdes, alaranjados, amarelos, até mesmo luminescentes – que se movem pelo mar como se dançassem. Aprecie, mas não se aproxime muito: há espécies venenosas e um simples esbarrão pode provocar envenenamentos fatais. Eis os cnidários, grupo de animais invertebrados antigamente chamados de celenterados, representado pelos pólipos, águas-vivas, hidras e medusas.

‘Não são fascinantes?’, observa o biólogo Antonio Carlos Marques, diante da imagem de uma medusa transparente na tela do computador de sua sala, no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). ‘De uma certa forma, tudo começou com eles.’ Surgidos há cerca de 600 milhões de anos, os cnidários – um grupo hoje formado por cerca de 11 mil espécies – foram um dos primeiros animais pluricelulares da Terra, já com tecidos organizados e um esboço de aparelho digestivo.

Marques identificou uma nova classe de cnidários, batizada de Staurozoa – uma classe reúne animais com características semelhantes, ainda que sejam bastante diferentes entre si, já que devem ter se originado de um mesmo ancestral (elefantes e ratos pertencem à mesma classe, os mamíferos, embora sejam espécies distintas). São cerca de 50 espécies com representantes vivos, sem contar os fósseis, agrupadas em duas ordens, em um estágio abaixo da classificação dos seres vivos.

As medusas de uma dessas ordens apresentam uma diferença básica em relação às espécies dançantes: as da nova classe vivem agarradas a rochas ou algas, por meio de uma estrutura semelhante a uma ventosa, o pedúnculo. Seu trabalho – feito em colaboração com Marcello Simões, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu, e com o norte-americano Allen Gilbert Collins, da Escola Veterinária (ITZ, na sigla em alemão), de Hannover, na Alemanha – foi o principal estudo publicado na edição do início do ano da revista Invertebrate Biology .

Francisco Bicudo – Revista Fapesp

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