Fapesp: Marinha pleiteia recursos do BNDES para aprimorar tecnologia de enriquecimento de urânio

Projeto foi orçado em R$ 60 milhões

sex, 06/08/2004 - 19h25 | Do Portal do Governo

O Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) vai encaminhar ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) proposta de financiamento de projeto de aprimoramento tecnológico das máquinas ultracentrífugas para o enriquecimento de urânio. O projeto, orçado em R$ 60 milhões, será financiado com recursos do Fundo Tecnológico (Funtec), criado em abril último, para apoiar a inovação.

As ultracentrífugas, desenvolvidas pelo CTMSP e pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), estão sendo instaladas no primeiro módulo da Fábrica de Enriquecimento de Urânio (FEU), da empresa Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende, no Rio de Janeiro. As máquinas vão produzir urânio enriquecido para abastecer 60% das necessidades das usinas nucleares Angra I e II, de acordo com contrato firmado entre a Marinha e a INB. A primeira cascata de enriquecimento formada por ultracentrífugas nacionais deverá entrar em operação em outubro deste ano.

As ultracentrífugas instaladas em Resende têm desempenho competitivo em relação a equipamentos similares utilizados na União Européia e Rússia. Com o apoio do BNDES, os pesquisadores do centro querem reduzir a relação entre o custo do equipamento e a sua capacidade de produção.Nos países que detêm a tecnologia de ultracentrifugação, a redução de custos é obtida por meio do aumento do tamanho da máquina. Se o BNDES aprovar a proposta, o aprimoramento da tecnologia de ultracentrifugação estará concluído em um ano e meio.

O Funtec – que deverá patrocinar o empreendimento – conta com R$ 180 milhões, correspondentes a 10% do lucro líquido do BNDES em 2003, para apoiar a inovação empresarial. A aprovação de projetos no âmbito do novo fundo prevê, entre outros critérios, a participação do banco nos resultados do empreendimento. O formato dessa participação, no caso das ultracentrífugas, ainda está sob análise, mas não está descartada a hipótese de se patentear a tecnologia brasileira de ultracentrifugação, que passaria a constituir ativo do banco.

Claudia Izique – Revista Fapesp

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