Fapesp: Kit com peças de plástico mostra as estruturas protéicas em forma tridimensional

Kit foi criado pelo professor Richard Garratt do Instituto de Física de São Carlos da USP

ter, 23/09/2003 - 19h38 | Do Portal do Governo

Uma das conseqüências do mapeamento do genoma humano e de outros projetos semelhantes é o aumento da necessidade de estudar as proteínas, compostos orgânicos constituídos de longas cadeias de aminoácidos e codificados pelos genes encontrados em todos seres vivos. São responsáveis por várias funções químicas no corpo humano, da digestão ao transporte de oxigênio e a reprodução. Um dos maiores problemas de cientistas e estudantes é justamente visualizar como essas proteínas se relacionam e se grudam umas às outras. A dificuldade tem uma razão simples: as cadeias de aminoácidos são estruturadas em três dimensões. Olhar para uma figura em duas dimensões em um livro e imaginá-la no espaço não é tarefa trivial.

Exige muito treino. Pensando em diminuir o tempo de aprendizado e facilitar a vida de quem pesquisa essas substâncias, um professor inglês radicado no Brasil, o bioquímico Richard Garratt, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), resolveu criar um modelo concreto capaz de representar as proteínas no espaço tridimensional. O resultado é um kit de proteínas formado por peças de plástico coloridas que simbolizam as estruturas protéicas mais encontradas na natureza, como a hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio no sistema sanguíneo, e a insulina, que controla os níveis de glicose no sangue.

Segundo Garratt, não há nada similar no mundo. Por isso, ele fez o pedido de patente no Brasil, no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), em fevereiro deste ano. Atualmente, ele tenta fazer o mesmo com a patente internacional. ‘Assim que completarmos o processo da patente internacional vamos estudar a forma de produção e de venda do kit no Brasil e no exterior’, diz Garratt. Três formas de comercialização estão em estudo: venda direta, criação de uma empresa para produzir e vender ou o licenciamento. ‘No Brasil ainda está indefinido, mas no exterior acredito que o melhor caminho é o licenciamento’, comenta o professor.

Alessandro Greco – Revista Fapesp

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