Fapesp: Intensa miscigenação faz do Brasil um campo fértil para as anemias hereditárias

Grupo, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, identificou seis novas variantes

qua, 08/09/2004 - 21h46 | Do Portal do Governo

Há uma gota de sangue em cada poema, disse uma vez o poeta Mario de Andrade. Há também uma gota de sangue – no sentido real e metafórico – em cada descoberta conduzida ou orientada pelo médico Fernando Ferreira Costa, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Sua equipe tem chegado a conclusões que expressam e procuram tratar as conseqüências da intensa miscigenação da população brasileira: a contínua interação entre os descendentes de africanos, europeus e asiáticos – grupos originalmente pouco habituados a relacionamentos inter-raciais – favoreceu a concentração de genes alterados, responsáveis pelo aparecimento de formas modificadas de hemoglobina, a proteína que faz do sangue um líquido vermelho e distribui oxigênio para todas as células do corpo. Em conseqüência, à medida que a mistura racial se intensifica, aumentam as possibilidades de ocorrerem algumas anemias hereditárias.

De 2000 para cá, esse grupo da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp – formado pelas equipes de Costa e da médica Sara Saad, no Hemocentro, e da bióloga Maria de Fátima Sonati, no Departamento de Patologia Clínica – identificou seis novas variantes, como são chamadas as formas anormais da hemoglobina, resultado de sutis deformações da estrutura dessa proteína. Seguindo uma tradição nessa área, essas variações ganharam os nomes das cidades do interior paulista ou do sul de Minas Gerais de onde emergiram: Joanópolis, Paulínia e Campinas, só encontradas em recém-nascidos e descritas em novembro na revista Haematologica , e Rio Claro, Poços de Caldas e Campinas, exclusivas de adultos. Em fase de publicação há outras duas, também de adultos, encontradas em Itapira, interior paulista, e em Boa Esperança, sul de Minas.

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Carlos Fioravanti – Fapesp