Fapesp: Instituto virtual de música pesquisa formas experimentais de compor e tocar

Uma delas é o programa para computador chamado MAX/MSP

sex, 04/07/2003 - 20h34 | Do Portal do Governo

Eles, às vezes, são incompreendidos tanto pelo pessoal das artes como pela turma das ciências. Parecem meio marginais, no sentido de que sua atuação se encontra, em certos casos, à margem das linhas de estudo mais consagradas nas universidades. Alguns deles sãos músicos que gostam e se utilizam de conceitos científicos e aparatos tecnológicos para tocar e compor e, com freqüência, são vistos com reservas por seus pares, de perfil mais clássico.

Outros são cientistas que usam seus conhecimentos em áreas como física, matemática e biologia para interagir com compositores e instrumentistas e, não raro, são igualmente encarados com estranhamento por seus colegas de academia. No entanto, quando esses dois pólos se aproximam sem preconceitos e se fortalecem as amarras que unem música e ciência, podem surgir criações maravilhosas.

Produtos híbridos, meio arte, meio tecnologia, como o programa para computador chamado MAX/MSP, uma espécie de ambiente de trabalho, de sistema operacional, usado no mundo todo por músicos que pesquisam novas formas de compor e apresentar suas obras. O MAX/MSP foi criado pelo Institut de Recherche et Coordination Acoustique/Musique , mais conhecido pela sigla Ircam, uma usina de idéias situada no Centre Georges Pompidou, em Paris, que há 34 anos estimula diferentes linhas de pesquisas cujo fio condutor comum é o casamento de música e ciência, de música e tecnologia, sob a batuta do compositor francês Pierre Boulez.

Foi um pouco com esse espírito de vanguarda do Ircam que um grupo de pesquisadores de universidades paulistas – os marginais, no bom sentido, do primeiro parágrafo – resolveu criar, com apoio e financiamento da FAPESP, um instituto semelhante, só que virtual, sem sede física, para articular projetos multidisciplinares nas áreas de música, ciência e tecnologia.

Alguns desses projetos já existem, outros virão com o tempo. ‘Nossa idéia é juntar num programa maior as iniciativas hoje dispersas em vários departamentos de música e institutos de ciência e tecnologia’, diz o pesquisador Silvio Ferraz, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), principal articulador do instituto virtual.

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    Marcos Pivetta
    -C.M.-