Fapesp: Impostos pagos por empresas inovadoras superam valor dos investimentos públicos

Investimentos em ciência e tecnologia formam uma espécie de círculo virtuoso que se completa nas empresas inovadoras

qui, 10/07/2003 - 19h54 | Do Portal do Governo

Os investimentos públicos em ciência e tecnologia formam uma espécie de círculo virtuoso que se completa nas empresas inovadoras, na geração de empregos e no aumento da arrecadação de impostos e tributos. Quantificar o retorno desse investimento não é tarefa fácil. Não existem estatísticas disponíveis e, pela própria natureza da pesquisa científica, nem sempre a injeção de recursos em uma ou outra área produz resultados a curto prazo. Mas, no caso de alguns projetos fortemente associados a mercado, desenvolvidos em parceria entre universidade e empresas, é possível arriscar estimativas.

Entre 2001 e meados de 2002, a contribuição tributária de pelo menos oito das 30 empresas vinculadas ao Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF), um dos dez Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) patrocinados pela FAPESP, somou R$ 10,5 milhões.

Esse resultado foi mais que o dobro dos investimentos de R$ 4,5 milhões da Fundação, em dois anos, de acordo com cálculo de Vanderlei Bagnato, coordenador do Centro de Óptica e Fotônica, em São Carlos. Inovadoras, essas empresas cumprem ainda uma outra meta desejada por qualquer governo de país em desenvolvimento: suprem o mercado com produtos similares e mais baratos que os importados e, quando a qualidade abre as portas do mercado externo, agregam valor ao produto nacional exportado.

O exemplo do CePOF deixa claro que a alavanca de todo esse processo é a parceria. O centro reúne 140 pesquisadores dos institutos de física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, e o Hospital Amaral Carvalho, de Jaú. Nesta cidade está instalado um centro de tratamento do câncer com uso de luz de laser.

O CePOF – que, como os demais Cepids, tem entre seus objetivos transferir conhecimento para o setor privado – mantém vínculos com 60 empresas da região de Campinas e São Carlos, que se traduzem no desenvolvimento compartilhado de produtos e prestação de serviços de pesquisa e até na disponibilização de laboratórios.Os esforços conjugados da universidade com a iniciativa privada geram muito mais do que impostos: produziram 20 patentes, do início de 2001 a outubro de 2002 -e cinco delas foram licenciadas e e os produtos resultantes já estão sendo comercializados.

Tânia Marques – Revista Fapesp
-C.M-

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