Fapesp: Identificados os roedores silvestres que propagam a hantavirose

Hantavírus mata em dois ou três dias, em média, metade das pessoas contaminadas

ter, 20/07/2004 - 21h01 | Do Portal do Governo

Durante os feriados de Corpus Christi, há poucas semanas, biólogos do Instituto Adolpho Lutz, de São Paulo, espalharam centenas de armadilhas um pouco menores que uma caixa de sapato nos arredores das casas da periferia de São Sebastião, cidade vizinha de Brasília, onde no início de maio surgiram casos novos de hantavirose – forma grave de infecção causada por um tipo de vírus, o hantavírus, que mata em dois ou três dias em média metade das pessoas contaminadas.

Em três noites, atraídos pelo cheiro da isca – aveia em flocos misturada com pasta de amendoim -, 510 animais caíram nas gaiolas de chapas de alumínio. Pelo menos um terço era o rato-de-rabo-peludo ( Bolomys lasiurus ), o transmissor de um dos tipos brasileiros de hantavírus, o Araraquara, assim chamado por ser essa a cidade do interior paulista em que foi encontrado pela primeira vez, em 1995. É o mesmo roedor de pêlo pardo-escuro que dissemina o protozoário Leishmania (Viannia) braziliensis , causador da leishmaniose tegumentar americana, a forma mais comum de leishmaniose em seres humanos no território nacional.

Instalados em um galpão anexo ao Complexo Penitenciário da Papuda e protegidos com máscaras, macacões azuis e luvas duplas – enquanto, ao lado, policiais cumpriam mais uma etapa de um treinamento de tiro-ao-alvo -, os pesquisadores paulistas coletaram sangue e amostras de vísceras dos animais, para análise em laboratório.

Mas o fato de terem encontrado o rato-de-rabo-peludo é um forte indício de que provavelmente o vírus que circula no Distrito Federal é o Araraquara, já que cada tipo de hantavírus está associado a uma espécie de roedor silvestre.

Carlos Fioravanti – Revista Fapesp

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