Fapesp: Fábrica de vacinas contra a gripe vai gerar economia de R$ 94 milhões anuais

Ministério da Saúde, o Governo Paulista e a Fundação Butantan estão investindo R$ 52,2 milhões na construção da fábrica

ter, 20/05/2003 - 17h48 | Do Portal do Governo

O Brasil é auto-suficiente na produção de vacinas contra o sarampo, difteria, tétano, coqueluche, caxumba, hepatite B, meningite meningocócica A e C e febre amarela. E, até 2007, deverá estar produzindo os 17 milhões de doses de vacina utilizados no combate à gripe, atualmente importados do laboratório francês Aventis, a um custo anual de R$ 94 milhões.

O Ministério da Saúde, o Governo Paulista e a Fundação Butantan estão investindo R$ 52,2 milhões na construção de uma fábrica de vacinas contra a gripe, que deverá começar a operar em 2005. Além de suprir a demanda nacional por esse tipo de medicamento, o Ministério da Saúde também quer produzir, no próprio Instituto Butantan, hemoderivados – como imunoglobulinas específicas, albumina e fatores de coagulação – cuja importação consome, anualmente, US$ 150 milhões.

A correção da política nacional de imunobiológicos e vacinação, apoiada em pesados investimentos na produção nacional de imunoprofiláticos, foi um dos poucos consensos na área da Saúde Pública forjados no país nos últimos 20 anos.

O sucesso do Programa Nacional de Imunização é inegável: nenhum caso de sarampo foi notificado nos últimos dois anos, e o número de registros de outras doenças imunopreveníveis, como a poliomielite, difteria, tétano, coqueluche, sarampo, caxumba, é o mais baixo de todos os tempos. E a aposta na auto-suficência tem dado resultados. Isaias Raw, diretor da Fundação Instituto Butantan, lembra que, há dez anos, o custo de importação da vacina contra a Hepatite B era de US$ 24 cada dose, sendo que a vacina é ministrada em três doses. ‘Hoje, a vacina é produzida no país, e as três doses custam em torno de US$ 1’, compara Raw.

Outra marca registrada do modelo da política imunobiológica brasileira é a forte presença do setor público na produção de vacinas. No início dos anos 80, laboratórios públicos – entre eles Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, mais conhecido como Bio-Manguinhos, e o Instituto Butantan – e privados dividiam a responsabilidade na produção de vacinas.

‘Alguns não tinham economia de escala nem desenvolvimento tecnológico. Quando o Ministério da Saúde começou a exigir melhoria na qualidade da produção, a Sintex, uma empresa privada multinacional, responsável por 80% da produção de soros antiofídicos e vacinas no Brasil, abandonou a atividade e o país teve problemas dramáticos para atender a demanda’, conta Akira Homma, diretor do Bio-Manguinhos.

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