Fapesp: Construção do observatório cria modelo de avaliação de empreendimentos de grande porte

Observatório do Sul para Pesquisa Astrofísica foi inaugurado em abril

ter, 29/06/2004 - 15h46 | Do Portal do Governo

Foi durante uma partida de tênis, em uma tarde ensolarada de sábado em janeiro de 2000, que Luis Herrera Arias aceitou a coordenação da construção da cúpula do telescópio Soar – uma semi-esfera de 14 metros de altura que desliza com delicadeza sobre um anel metálico de 20 metros de diâmetro. Dois anos depois, Herrera estava no alto de uma montanha dos Andes chilenos, o Cerro Pachón, a 2.700 metros de altitude, à frente de 15 homens que montavam as peças feitas no Brasil, todos com roupas vermelhas e encapuzados, na esperança de escapar do frio de 8 graus negativos.

‘Era horrível’, comenta o engenheiro de 66 anos, ainda hoje um parceiro de tênis de César Ghizoni, o diretor da empresa que o contratou, a Equatorial, de São José dos Campos. ‘Não conseguíamos ficar mais de meia hora seguida nas escadas, a 12 metros do chão.’ E havia neve, muita neve: mesmo nascido no Chile, Herrera nunca tinha visto tanta neve. Por duas vezes, na iminência de uma tempestade, teve de abandonar o observatório com sua equipe, sob o risco de ficarem isolados no alto da montanha sabe-se lá por quanto tempo. ‘Lá fora’, lembra-se, ‘ninguém enxergava mais nada.’ O vento branco se intensificava e, horas depois, deixaria o solo coberto por 1 metro e meio de neve.

Como uma casa, que depois de pronta silencia as vozes que a construíram, as obras científicas tendem a deixar para trás quem atuou nos bastidores e criou os caminhos a serem seguidos pelos que vêm depois. Foi assim com o Soar – o Southern Observatory for Astrophysical Research ou Observatório do Sul para Pesquisa Astrofísica -, inaugurado sob um céu azul e um tempo amigável no dia 17 de abril.

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