Fapesp: Casal fala sobre avanços na busca de vacinas contra a malária

Casal também fala de uma nova linha de trabalho, em colaboração com a Fiocruz

seg, 03/01/2005 - 19h20 | Do Portal do Governo

Não fosse por uma sensata colega da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Victor Nussenzweig talvez não tivesse se tornado cientista. Ruth, uma vienense que emigrara para o Brasil ainda menina, demoveu-o da idéia de continuar participando daquelas entediantes reuniões do Partido Comunista e o incentivou a seguir a carreira de pesquisador. Da paquera que se iniciou no terceiro ano de faculdade, há mais de meio século, surgiu uma parceria para a vida toda. Dentro e fora dos laboratórios. ‘Namorávamos falando de ciência’, lembram, hoje ambos com 76 anos. O golpe militar em 1964 levou Ruth e Victor, que naquela época já tinham mais do que um pé no exterior, a se transferir em definitivo para a Escola de Medicina da Universidade de Nova York (NYU), onde permanecem até hoje – ela no Departamento de Parasitologia Médica e Molecular, ele no Departamento de Patologia.

Nesta entrevista, concedida durante uma recente visita a São Paulo, o casal comenta os últimos avanços nas pesquisas sobre o desenvolvimento de uma vacina contra a malária, tema que perseguem há décadas. O nome de ambos está para sempre ligado à luta contra a doença, que, anualmente, mata ao menos um milhão de pessoas na África e continua a ser uma ameaça a várias partes do mundo tropical, como a Amazônia. Em 1967, Ruth foi a primeira cientista a provar que era possível imunizar roedores contra a doença por meio da irradiação dos esporozoítos, um dos estágios de vida dos parasitas que causam a malária, do gênero Plasmodium . Mais tarde, nos anos 1980, os Nussenzweig mostraram que uma proteína que recobre o parasita poderia ser usada para promover uma resposta imunológica contra a doença e, assim, dar alguma proteção contra a infecção. Desde então, a proteína estudada pelo casal se tornou um componente fundamental de metade das vacinas que foram e vêm sendo testadas em humanos contra o parasita. Inclusive de uma formulação recém-experimentada na África, com resultados promissores.

Marcos Pivetta – Agência Fapesp

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