Fapesp: Aumento da temperatura deve redesenhar o perfil da vida no planeta

Última vez em que ocorreu algo semelhante foi há 65 milhões de anos

sex, 27/02/2004 - 17h29 | Do Portal do Governo

Semanas atrás, os jornais do mundo inteiro noticiaram um estudo feito por 19 pesquisadores de oito países e publicado na revista científica Nature prevendo três cenários preocupantes para daqui a 50 anos, em conseqüência do aumento projetado de temperatura média global, provocada, principalmente, pela queima de florestas e de combustíveis derivados do petróleo.

No melhor dos três, correm o risco de extinção iminente de 900 mil a 1,8 milhão de espécies de plantas e animais terrestres, correspondentes a 18% do total estimado de espécies atuais, se a temperatura subir apenas de 0,8 a 1,7 grau Celsius e a concentração de CO2 na atmosfera elevar-se 30% – uma projeção que muitos especialistas dão como certa diante da recusa dos Estados Unidos e da Rússia, os dois maiores poluidores mundiais, de aderirem ao Protocolo de Kyoto, acordo internacional destinado a reduzir a emissão de gás carbônico.

Na previsão mais dramática do estudo coordenado por Chris Thomas, da Universidade Leeds, na Inglaterra – com a participação da bióloga brasileira Marinez Ferreira de Siqueira, do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria) -, um aumento maior que 2 graus na temperatura ameaça a continuidade de quase o dobro de espécies – ou mesmo de três vezes mais, caso as plantas e os animais não consigam se deslocar para regiões mais frias e encontrar outros espaços para viver.

Os programas de computador que levaram a essas conclusões são evidentemente limitados e partem do pressuposto de que a vida no futuro vai se comportar tal qual no passado, mas qualquer das três possibilidades representa uma nova extinção em massa – a sexta na história do planeta – com possíveis implicações sérias para a vida dos seres humanos. A última vez em que ocorreu algo semelhante foi há 65 milhões de anos, quando uma extinção provocada por erupções vulcânicas ou talvez por colisões de asteróidescontra o planeta eliminou os dinossauros e a maioria das formas de vida na Terra, muito tempo antes de a espécie humana surgir.

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