Famílias da Favela Tolstói comemoram as novas moradias

Governador iniciou os trabalhos de remoção com a derrubada simbólica do primeiro barraco

qui, 31/03/2005 - 16h34 | Do Portal do Governo


Moradores da favela Tolstói estão em festa. É que até a próxima segunda-feira, dia 4, as 140 famílias vão se mudar para os apartamentos do Conjunto Habitacional Iguatemi D, na Zona Leste de São Paulo. Nesta quinta-feira, dia 31, o governador Geraldo Alckmin iniciou os trabalhos de remoção com a derrubada simbólica do primeiro barraco.

“As 140 famílias estão indo para apartamentos novos com toda a infra-estrutura e vão deixar esse patrimônio para os seus filhos. Não há nada mais importante do que a nossa casa”, disse Alckmin.

As famílias vão morar em apartamentos de dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro. O condomínio conta com playground, além de infra-estrutura completa, como redes de esgoto, água e energia elétrica.

“Nem acredito que vou sair da favela e morar em um lugar decente.”, comenta emocionada Maria Salete Nóbrega. Casada e mãe de menino de 14 anos, ela disse que ganha R$ 180 por mês. “Vou pagar R$ 39 na minha casa própria. Realizei meu sonho”.

Para o casal João Pereira Romão (64 anos) e Eliza Romão (65) hoje é um dia muito especial. “Moramos na favela há dez anos. Não agüentávamos mais conviver com ratos e com sujeira. Já conheci o apartamento e gostei muito. Lá podemos receber nossos parentes em um lugar limpo e seguro”.

Favela Tolstói

A comunidade da Favela Tolstói começou a se formar no início dos anos 90 em área pertencente à Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), onde havia uma praça. Hoje, o local é muito adensado, úmido, não tem acesso à luz solar e possui vielas estreitas. Além disso, os moradores vivem expostos a risco de atropelamentos por causa do tráfego intenso da avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Melo.

“Quando eu e meu marido saímos para trabalhar, deixamos os nossos filhos trancados em casa com medo de se machucarem na avenida”, conta Maria Paula de Souza, de 39 anos. “Agora vou ficar mais tranqüila”, disse.

“Nos seis primeiros meses nenhum morador pagará as prestações”, informou o secretário da Habitação, Emanuel Fernandes. Após este período, por dois anos, a família com renda mensal de um salário mínimo pagará R$ 39 por mês. Posteriormente, quem ganhar mais do que isso vai pagar uma prestação proporcional à renda. “Pelos próximos dois meses, as famílias também não vão pagar as contas de água e luz”, destacou o secretário.

O Programa

A transferência das famílias da Favela Tolstói para o Conjunto Iguatemi D faz parte de um amplo plano de ação do Governo do Estado, com o objetivo de remover famílias que vivem em áreas de risco. Trata-se do Pró-Lar Atuação em Favelas e Áreas de Risco.
De janeiro de 2003 a fevereiro de 2005, foram removidas 5.461 famílias, sendo 3.766 na Capital e 1.695 na Região Metropolitana. Com isso, já foi possível erradicar mais de 30 núcleos de favela.

Macedo Júnior

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