Exposição: MAC reúne desenhos de Portinari e textos de Drummond

Mostra será aberta na próxima quinta-feira, dia 20

seg, 17/02/2003 - 11h37 | Do Portal do Governo

O Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP apresenta a partir da próxima quinta-feira, dia 20, a mostra ‘D. Quixote – Portinari’, uma série de 21 desenhos produzidos por Cândido Portinari, em 1956. Nessa época, o artista já sofria com a contaminação de chumbo presente nas tintas, e busca no lápis de cor um novo meio para expressar sua criação. Também integram a exposição quatro pinturas a óleo que pertencem ao acervo do museu.

Só em 1973, a série D. Quixote foi ilustrada com os textos de Carlos Drummond de Andrade e estão no livro As Impurezas do Branco. O conjunto de 21 poemas se intitula Quixote e Sancho: de Portinari e acompanha os desenhos. As composições usam técnica variada, desde o soneto alexandrino até a poesia concreta.

Inspirado na história de Cervantes, Portinari consegue interpretar a dualidade entre a realidade, representada por Sancho Pança, e o ideal, o heroísmo e o sonho impossível, por D. Quixote. Assim como a narrativa, os desenhos apresentam dois planos: o imaginário, que seria o mundo do cavaleiro, e o realista, retratado na visão do escudeiro.

Razão e imaginação

Para o desenho Sancho Pança Atende ao Chamado de D. Quixote, o poeta escreve IV Convite à Glória, colocando em contraste os sonhos de D. Quixote e o realismo de Sancho Pança: “- Juntos na poeira das encruzilhadas conquistaremos a glória./ – E de que me serve?/ – Nossos nomes ressonarão nos sinos de bronze da História./ – E de que me serve?/ – Jamais alguém, nas cinco partidas do mundo, será tão grande./ – E de que me serve?/ – As mais inacessíveis princesas se curvarão à nossa passagem./ – E de que me serve?/ – Pelo teu valor e pelo teu fervor terás uma ilha de ouro e esmeralda./ – Isto me serve.”

Portinari dedicava particular afeição à série D. Quixote, chamado de cavaleiro de tristíssima figura por Drummond. A obra foi vendida depois da morte do pintor, em 1962, e hoje pertence ao Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), que a mantém exposta na Chácara do Céu, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro.

Com D. Quixote – Portinari, o MAC participa das homenagens pelo centenário de nascimento do artista e inaugura uma série de eventos que comemoram, em 2003, os 40 anos do museu.

SERVIÇO
Local: O MAC fica na Rua da Reitoria, 160, na Cidade Universitária. Funciona de terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas, sábado e domingo, das 10 às 16 horas. Entrada franca.
Abertura da exposição: 20 de fevereiro, a partir das 18h30
Agendamento pelos telefones (0xx11) 3091-3327 / 3559

Da Agência Imprensa Oficial
e da Assessoria de Imprensa do MAC