Exposição: Consulado Geral do México em São Paulo renova o altar do Dia dos Mortos

O altar faz parte do acervo de arte popular mexicana do Pavilhão da Criatividade no Memorial da América Latina

ter, 22/10/2002 - 18h46 | Do Portal do Governo

La Catrina, do gravador e caricaturista Jose Guadalupe Posada que, com essa -calaca-, zombou da sociedade mexicana do início do século XX.Por iniciativa da consulesa Maria Eugenia Cova de Arriola, o altar do Día dos Mortos do acervo mexicano do Pavilhão da Criatividade ganha nova decoração, em homenagem ao Dia de Finados – comemorado a 2 de novembro tanto no Brasil como no México.

No México, o Dia de Finados é uma celebração anual com raízes pré-hispânicas e formato cristão. A tradição baseia-se na crença de que as almas dos mortos podem visitar seus parentes deste mundo numa determinada época do ano, isto é, no Día de los muertos ou Día de los Fieles Difuntos.

Por isso, em muitos lares mexicanos é freqüente encontrar altares homenageando seus antepassados e outros mortos queridos, sejam familiares, amigos ou pessoas públicas que mereçam respeito. Esses altares domésticos permanecem enfeitados por vários dias, com flores e recortes de papel, caveiras em papel machê, fotografias do morto, oferendas de comidas e bebidas típicas, especialmente as preferidas pelo homenageado.

Al diablo la muerte, mientras la vida nos dure.


Como ressalta a folclorista mexicana Teresa Pomar, “a morte é um fenômeno do qual nenhum ser vivo pode escapar. Preferimos, assim, ter amizade, brincar com ela em vez de entristecer-nos e nos aborrecermos com ela”.

Hoje, tal como antes da colonização hispânica, os dias dedicados ao culto aos antepassados são dias de festa e de irreverência, em que ganham destaque caveiras de brinquedo e personagens populares, como a “pelona” ou “flaca” (entre os diversos epítetos dados à morte), animados por versos irônicos, muitos deles tratando de temas políticos.

Nesses dias, além das calaveras de fondán (caveiras de massa de açúcar), consomem-se também o dulce de calabaza (doce de abóbora), o pan de muerto (de forma semi-esférica, enfeitado com ossos e lágrimas de massa). que usualmente são oferecidos como presentes a visitantes, parentes, amigos e vizinhos.

El muerto al cajón y el vivo al fiestón.


No altar do Dia dos Mortos do Pavilhão da Criatividade, a consulesa Maria Eugenia escolheu homenagear a artista plástica Frida Kahlo (1907-1954). Frida pintou auto-retratos viscerais, que espelhavam a dor física e afetiva que experimentara na efervescente Cidade do México da primeira metade do século XX . Além de fotos de Frida Kahlo, o altar terá todos os componentes tradicionais, além dos famosos charutos que ela fumava.


Dia de los Muertos
Nova instalação do Altar aos mortos
De 26 de outubro a 30 de novembro
De terça a domingo, das 9 às 18 horas
Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina
Acesso pelos portões 9, 10 e 13 (próximos à Estação Barra Funda do Metrô)
Entrada franca.

Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda (ao lado do Metro)
Telefone para informações: 3823-4600