Exportações paulistas batem recorde e crescem 38,6% nos últimos 12 meses

SP vendeu mais produtos manufaturados, com maior valor agregado, como automóveis, aviões e máquinas

qua, 09/03/2005 - 10h15 | Do Portal do Governo

Em 12 meses (entre março de 2004 e fevereiro de 2005) as exportações paulistas atingiram US$ 32,5 bilhões. Isso representa um aumento recorde de 38,6% nos embarques para o exterior. No mesmo período, as exportações brasileiras alcançaram US$ 100 bilhões, crescimento de 33,8%, porém, com porcentual inferior ao crescimento do Estado. Na comparação entre fevereiro do ano passado e fevereiro de 2005, as exportações paulistas cresceram 41,4% e as brasileiras 35,5%.

O secretário de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles, observa que um terço das exportações nacionais é composto por produtos paulistas. ‘Estamos comemorando o crescimento da venda de produtos manufaturados, que têm maior valor agregado e preço, como automóveis, aviões, máquinas e gêneros alimentícios totalmente industrializados’. Meirelles antecipou que os números serão divulgados oficialmente, no dia 15, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento. Além disso, o governador Geraldo Alckmin anunciou novos investimentos no corredor de exportação Campinas – Vale do Paraíba – São Sebastião.

Queda no preço – O agronegócio brasileiro tem exportado mais em termos de volume e qualidade, porém houve queda nos preços internacionais das commodities agrícolas no segundo semestre de 2004. ‘É uma estratégia utilizada nos últimos séculos pelos países ricos, que consiste em induzir o aumento de produção nos países pobres e depois, progressivamente, diminuir o preço, para importar mais e pagar menos aos produtores’, explica Meirelles.

Na avaliação do secretário, o modelo paulista de produção deveria ser seguido pelo resto do País. ‘Assim seriam gerados mais empregos no Brasil e os produtos precisariam deixar de ser cotados em bolsas de valores estrangeiras, como a de Chicago, e passariam a ser vendidos em Santos, São Paulo e Campinas’. Por outro lado, São Paulo deve manter, em 2005, o mesmo PIB de 7,3%, do ano passado, quando o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro foi de 5,2%.

O assessor especial de Comércio Exterior do governo paulista, Flávio Musa de Freitas Guimarães, avalia que se o nível de crescimento das exportações paulistas continuar no mesmo ritmo, o Estado poderá fechar o ano com US$ 42 bilhões em exportações. ‘Os US$ 100 bilhões obtidos em 2004 mostram que o Brasil representa apenas 1% do comércio internacional, o que é muito pouco, mesmo porque já chegamos a 2% em anos anteriores.’

Agronegócios – Outra constatação importante no comércio exterior indica que as exportações do agronegócio paulista aumentaram 29,3% no primeiro mês de 2005, em relação a janeiro do ano passado. O Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria da Agricultura, constatou que os embarques do agronegócio em janeiro somaram US$ 750 milhões. Como as importações alcançaram US$ 290 milhões (acréscimo de 3,6%), o saldo foi de US$ 460 bilhões, o que representou crescimento de cerca de 53% sobre o primeiro mês de 2004. Esse resultado colaborou para que a balança comercial paulista registrasse superávit de US$ 230 milhões. ‘No total brasileiro, as exportações agrícolas cresceram cerca de 11%, enquanto São Paulo embarcou, no mês de janeiro, 29,3% mais que o primeiro mês de 2004’, disse o secretário de Agricultura e Abastecimento, Duarte Nogueira.

Saldo de quase 4 bilhões na balança comercial

De acordo com o quadro consolidado sobre o comércio exterior brasileiro, em 2004, que o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior acaba de divulgar, São Paulo exportou US$ 31 bilhões, com um aumento de 34,5% em relação ao ano anterior. No mesmo período, importou US$ 27,1 bilhões, com saldo de US$ 3,9 bilhões na balança comercial. Na comparação, o Brasil exportou US$ 96,5 bilhões, com aumento de 32%.

Os principais compradores dos produtos paulistas em 2004 foram, pela ordem, Estados Unidos, Argentina, México, Chile, Alemanha, Países Baixos, Itália, China, Venezuela e Bélgica. E os que mais venderam para São Paulo foram, pela ordem, EUA, Alemanha, Argentina, Nigéria, Japão, China, França, Coréia do Sul, Itália e Argélia. Um fato destacado pelos especialistas é o crescimento de 240% das exportações para a Índia, que comprou aviões, helicópteros, automóveis, açúcar, carne e couro bovinos, suco de laranja, ferro e aço, máquinas, aparelhos elétricos, soja e álcool.

Esforço exportador – Dentro da meta de aumentar em 50% as vendas para o exterior, foi criado em São Paulo um conjunto de programas de incentivo às exportações, principalmente às micro, pequenas e médias empresas. Um deles é a Central de Atendimento ao Exportador (CAE), parceria entre o governo e a Bolsa Mercantil de Futuros (BM&F) para solucionar dúvidas das micro e pequenas empresas que não podem arcar com os custos de um serviço de consultas. É composta de call-center, portais na Internet e núcleo de consultoria.

Outro programa importante é o Centro de Logística de Exportação (Celex), em fase de instalação e com área construída de 30 mil metros quadrados, no início da Rodovia dos Imigrantes. Conhecido como o Poupatempo da Exportação, foi criado para reunir num único local todos os serviços públicos necessários para viabilizar as vendas ao exterior, além de área de exposições e rodadas de negócios.

Takao Miyagui – Assessoria de Imprensa do Palácio dos Bandeirantes
Agência Imprensa Oficial