Estudo: Projeto verifica o impacto da atividade física isolada em mulheres de 20 a 40 anos

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sex, 09/05/2003 - 20h46 | Do Portal do Governo

Para verificar o real impacto da atividade física na melhora da qualidade de vida de mulheres, o Laboratório de Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP desenvolve o projeto Atividade física e controle alimentar em mulheres adultas, coordenado pelo professor Antonio Herbert Lancha Júnior.

No projeto, mulheres de 20 a 40 anos são submetidas, três vezes por semana, a 40 minutos de caminhada ou corrida, cada uma em seu ritmo. Antes e depois de cada sessão, elas passam por uma medição da quantidade de gordura corporal para verificar a perda de lipídios ocasionada pela atividade.

‘O importante é que a mulher avaliada não altere sua rotina alimentar’, afirma Patrícia Vieira, bacharel em Educação Física e responsável pelo programa que faz parte de sua pesquisa de mestrado. ‘O objetivo é verificar quanto somente a atividade pode contribuir para a diminuição da gordura no corpo, com uma conseqüente melhora na qualidade de vida’. A pesquisadora ressalta que atividade e controle alimentar, se realizados em conjunto, são a receita ideal para perda de peso; mas o projeto quer verificar como o potencial da atividade isoladamente contribui nesse processo.

Após os meses de exercícios, as mulheres passam por uma palestra com nutricionistas da equipe do projeto para se falar sobre hábitos alimentares saudáveis. ‘Nesses encontros, uma das tarefas que temos é a de derrubar mitos’, explica Patrícia, que também realiza reuniões para falar sobre questões referentes à atividade física. ‘Muitas vezes, as participantes têm conceitos como evitar fazer refeições para assim emagrecer, ou mesmo não tomar água após os exercícios’, comenta.

Propensas à obesidade

As pesquisas são voltadas para mulheres basicamente por dois motivos: ‘elas são mais propensas à obesidade. Além disso, trabalhamos com mulheres de 20 a 40 anos pelo fato de estarem no período da pré-menopausa’, comenta a pesquisadora. Segundo Patrícia, a realização de atividade física constante pode ser um fator para a melhora da qualidade de vida durante a menopausa. Outro fator relevante para a pesquisa é o fato de o corpo feminino ser mais sujeito a alterações hormonais.

O projeto foi criado como continuação de uma pesquisa iniciada em 1996 pelo Laboratório de Nutrição, e uma de suas principais conclusões foi a verificação do aumento de tolerância à glicose nas mulheres submetidas às atividades. A importância deste dado está no fato de que uma das possíveis consequências da obesidade é o aparecimento de diabetes do tipo 2.

A equipe envolvida no projeto é composta de profissionais de diversas áreas. Patrícia Vieira é formada em Educação Física, e juntamente, com ela trabalham especialistas das áreas de Esporte e Nutrição, além de eventuais consultas com médicos, principalmente no período das análises clínicas.

Anualmente, o Laboratório recebe inscrições de mulheres interessadas em participar do programa. Neste ano, as inscrições estarão abertas a partir de julho.

Agência-USP