Estudo da Esalq detecta com mais precisão e rapidez bactéria em sucos

Escherichia coli O157:H7 e coliformes fecais são encontrados em sucos de laranja, uva e maçã

seg, 28/07/2003 - 20h58 | Do Portal do Governo

Uma nova técnica desenvolvida na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba, aumenta o nível de segurança de detecção da bactéria Escherichia coli O157:H7 e coliformes fecais em sucos de laranja, uva e maçã destinados à produção industrial.

O método, descrito na tese de doutorado do biólogo Leandro Francisco do Carmo, reduz a ‘quarentena’ dos sucos processados, agilizando a produção e aumentando a segurança do produto vendido aos consumidores.

As amostras coletadas pelo pesquisador em três indústrias de suco (duas de laranja no Interior de São Paulo e uma de uva e de maçã, no interior do Rio Grande do Sul) não apresentaram a bactéria.

Leandro do Carmo explica que adaptou um método de Separação Imuno Magnética (SIM) já existente para detecção da Escherichia coli O157:H7 em sólidos, que usa pérolas microscópicas de polietileno magnético recobertas com anticorpos da bactéria. ‘Como a quantidade de bactérias no meio líquido é pequena, sua detecção nas amostras é difícil’, relata.

O biólogo inseriu as amostras em um meio de enriquecimento da bactéria e atestou sua presença com mais precisão, sem interferência de outros microorgansmos. O nível de segurança aumentou de 15 células por ml para 6 células por ml de amostra no método rápido (30 horas). Segundo Leandro do Carmo, aEscherichia coli O157:H7 é letal para os seres humanos, causando síndrome urêmica hemorrágica (morte renal), diarréia hemorrágica e púrpura trombocipênica trombótica (coagulação do sangue, trombose e morte cerebral).

A bactéria provocou surtos nos Estados Unidos, Japão, Austrália e países da Europa, entre outros. ‘Normalmente é encontrada na carne e derivados, mas nos EUA foi detectada no suco de maçã’, afirma o pesquisador. ‘Como o Brasil é grande exportador de sucos, em especial de laranja, a necessidade de controle é maior pois além do problema de saúde, a detecção da bactéria tornou-se uma barreira biológica para a exportação.’

Mais informações: leandrobio@bol.com.br, com Leandro Francisco do Carmo

Júlio Bernardes
C.A