Estado vai instalar Fábricas de Cultura em CEUs

Atividades devem começar em janeiro de 2006

seg, 05/12/2005 - 16h04 | Do Portal do Governo

O Governo do Estado estabeleceu parceira com a Prefeitura de São Paulo, nesta segunda-feira, dia 5, para a implantação do Programa Cultura e Cidadania para Inclusão Social – Fábricas de Cultura em seis unidades do Centro Educacional Unificado (CEU): Jardim São Luiz, Sapopemba, Cidade Tiradentes, Vila Curuçá, Itaim Paulista e Brasilândia. O convênio foi assinado pelo governador Geraldo Alckmin e pelo prefeito José Serra nesta segunda-feira, dia 5

Na cerimônia, realizada no CEU da Paz, no bairro de Brasilândia, também foram firmados convênios com 45 entidades para a realização das atividades das Fábricas de Cultura nas comunidades onde atuam. Fábricas de Cultura são oficinas culturais de arte, leitura, literatura, teatro, música, dança, artes plásticas, cinema e outras atividades. “Essa é um programa para diminuir violência, para melhorar a educação e fazer inclusão social”, afirmou o governador.

As Fábricas de Cultura vão atender crianças e jovens, com idade entre 7 e 19 anos, que vivem em local de grande vulnerabilidade. A escolha dos distritos que receberão o programa foi feita com base em estudo realizado pela Fundação Seade, que verificou o Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) e foi desenvolvido especialmente para o programa. A pesquisa mediu o quanto os jovens são vulneráveis à violência e classificou cada região com índices que variaram de 0 a 100. Os nove distritos escolhidos para a implantação do programa foram os que apresentaram IVJ superior a 65, ou seja, os mais altos da capital.

Alckmin explicou que o Governo paulista assinou contrato com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no ano passado, para o financiamento, no valor de US$ 20 milhões e mais US 10 milhões de contrapartida do Estado, para as Fábricas de Cultura. Nos valores atuais, isso representa cerca de R$ 67 milhões.

“Nós íamos fazer nove Fábricas de Cultura e ter 150 entidades parceiras para executar esse trabalho. Aí, substituímos seis Fábricas de Cultura por seis CEUs”, informou o governador. Ele explicou que quando o contrato das Fábricas de Cultura foi assinado com o BID, há dois anos, os CEUs ainda não existiam. A decisão de levar o programa os Centros Educacionais Unificados em vez de construir novos prédios se deu porque as unidades ficam exatamente nos locais apontados como regiões de alto Índice de Vulnerabilidade Juvenil. “Não teria sentido construir um segundo equipamento público, porque o problema não é de prédio, é fazer funcionar e bem”, informou Alckmin. “Vamos repassar R$ 50.000 todo mês para as despesas de material, custeio e apoio e mais R$ 30.000 mensais para pagar os arte-educadores, ou seja, os monitores, professores, o pessoal que vai trabalhar com as crianças e com os jovens”, completou.

Além das seis Fábricas de Cultura que funcionarão nos CEUs, o Governo paulista vai construir outras três unidades, nos bairros de Cachoeirinha, Jaçanã, que terão os contratos para construção assinados em janeiro do ano que vem, e Capão Redondo, com contrato a ser assinado em fevereiro. As três já estão com o processo licitatório em fase de conclusão.

Também serão firmados convênios com as 150 entidades, das quais, 45 foram assinados hoje, outros cinco deverão ser assinados ainda este ano e mais 100 no início do ano que vem. “Nesses casos, não usaremos nem os CEUs da Prefeitura nem as Fábricas de Cultura. São entidades já existentes, nossas parceiras. Assinamos os contratos, pagamos os educadores de arte e eles desenvolverão os trabalhos. Com esses convênios, vamos atender muitos bairros da cidade”, esclareceu o governador.

A previsão é que as crianças e jovens possam inscrever-se ainda este ano nas Fábricas de Cultura dos CEUs e nas 45 entidades que assinaram o convênio hoje e iniciem as atividades em janeiro de 2006.

As oficinas artísticas e culturais estão organizadas em seis áreas: artes cênicas, dança, teatro, artes visuais, artes musicais, leituras e multimeios. Cada oficina, ministrada por um arte-educador, deverá atender grupos de 20 a 30 jovens por um período médio de três meses.

A Fundação Seade também realizou Pesquisa de Qualidade de Vida (PCV) nos nove distritos antes da instalação das Fábricas de Cultura e fará mais duas avaliações de evolução das condições sociais: uma no meio da implantação das Fábricas de Cultura e outra no fim. O objetivo é quantificar as melhorias sociais alcançadas com o programa.

O programa Fábricas de Cultura deverá atender um total de 120.000 jovens.

Cíntia Cury