Um projeto de U$ 30 milhões para a implantação de nove ‘fábricas de cultura’ nas regiões mais carentes e violentas da Capital está para ser aprovado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Uma missão do banco esteve nesta quinta-feira, dia 6, com o governador Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes, para analisar os últimos detalhes do projeto, que terá uma contrapartida de U$ 10 milhões do Governo paulista.
‘As fábricas de cultura irão desenvolver um trabalho voltado para crianças, adolescentes e famílias, através da música, teatro, dança, leitura,’ afirmou o governador, destacando que a cultura e a educação irão agir diretamente nas causas da violência. ‘O presidente do BID, Henrique Iglesias, ficou entusiasmado com o projeto’, completou.
Até maio, em princípio, o projeto estará aprovado, de acordo com a chefe da missão, Maria Teresa Traveso. ‘O Banco tem muito interesse em financiar esse tipo de iniciativa, muito inovadora no combate à pobreza’, observou.
A secretária da Cultura, Cláudia Costin, afirmou que cada fábrica de cultura terá condições de atingir 2 mil jovens por mês nas regiões mais carentes da Capital, ‘onde há uma concentração muito grande de pessoas, mas sobretudo de violência, desigualdade e exclusão social’. Numa cidade como São Paulo, que ‘concentra tantos equipamentos culturais, chega a ser chocante o fato de haver vazios culturais’, comentou.
Uma pesquisa feita com jovens da Febem identificou que 85% deles vieram desses vazios culturais, onde não existem centros ou equipamentos públicos ou do terceiro setor voltados para a promoção da cultura. Em função disso, o projeto começou a ser desenhado pelo Governo paulista, disse a secretária, cuja expectativa é a de que até o final do próximo ano as primeiras fábricas de cultura estejam implantadas, após as licitações e a aprovação do financiamento do projeto também pelo Senado.
Os bairros que constam no projeto são: Vila Brasilândia e Vila Nova Cachoeirinha (Zona Norte): Cidade Ademar, Capão Redondo e Jardim Ângela (Zona Sul); e Itaim Paulista, Jardim Helena, Lajeado e Sapopemba (Zona Leste).
A idéia é trabalhar com a rede escolar – tanto estadual como municipal – que ‘é a melhor parceria quando se trabalha com a infância e a juventude’, de acordo com a secretária. Associações de bairros e organizações não-governamentais também estão envolvidas no projeto.
Takao Miyagui
