Estado digitaliza 42 milhões de fichas de identificação civil

Governador autorizou liberação de R$ 5 milhões para conclusão do projeto

qui, 21/07/2005 - 11h20 | Do Portal do Governo


Os mais modernos recursos da tecnologia chegam a mais uma área do Governo paulista: a identificação civil e criminal das pessoas. Depois de modernizar totalmente o arquivo, o Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) está agora digitalizando suas cerca de 42 milhões de fichas de identificação civil. Mais de 27 milhões de fichas de identificação já foram digitalizadas. O processo deverá ser concluído no início de 2006, incluindo também a digitalização dos prontuários criminais. O Estado já investiu R$ 18 milhões na ação.

Em visita ao IIRGD, nesta quinta-feira, 21 de julho, o governador Geraldo Alckmin autorizou a liberação de mais R$ 5 milhões para finalização do processo de digitalização do acervo, implantação de software de gerenciamento e armazenagem de documentos. ‘Nós tínhamos todo o sistema de identificação do Instituto em ficha, além de um arquivo bastante deficiente. Toda essa parte de arquivo está sendo digitalizada”, informou o governador.

Um dos principais benefícios da digitalização do acervo é a maior agilidade na emissão de segunda via da carteira de identidade. Atualmente, quando alguém pede um novo documento, é preciso buscar no arquivo a ficha original, que fica na Capital, e comparar com a nova ficha. Quando o sistema estiver todo digitalizado, será possível fazer esse confronto direto no computador.

O prazo de emissão de carteira de identidade pelo Poupatempo, hoje, é de até cinco dias. Já nas cidades que não dispõe do serviço, o RG é solicitado em delegacias e o documento precisa ser enviado ao IIRGD por malote e o prazo de emissão pode superar um mês. No caso de 2ª via do documento, pode levar até dois dias, pelo Poupatempo. Com a informatização dos documentos, os dados arquivados no IIRGD poderão ser acessados diretamente no computador de qualquer delegacia do Estado.

“Estamos trabalhando para que as pessoas possam passar os dados por telefone e ir buscar pessoalmente a identidade. Em 20 minutos a pessoa poderá sair com o documento”, explica Alckmin. De acordo com o governador, o processo de digitalização e o uso da tecnologia da informação vão facilitar muito a vida das pessoas e reduzir custos para o Estado. “Haverá economia de papel, de pessoal e um ganho de tempo extraordinário”, disse.

O sistema poderá ser usado também em delegacias de polícia para garantir a correta identificação de pessoas por meio da verificação dos dados no sistema. Haverá ainda a diminuição do manuseio das fichas originais, contribuindo para a preservação do arquivo. “Vai ser feito um banco de dados digitalizado com mais de 2 milhões de fichas criminais. Isso vai gerar um ganho em termos de inteligência, de investigação e de ação policial”, destacou o governador.

Quando todo o acervo estiver digitalizado, o Poupatempo, as Polícias Civil e Militar, Ministério Público e Poder Judiciário poderão fazer consultas a esse banco de dados. Alckmin explicou que a polícia poderá acessar pela internet o banco de dados digitalizado para a identificação de suspeitos.

A digitalização está sendo realizada pela empresa vencedora de licitação realizada pela Secretaria de Segurança Pública, utilizando scanners de alta velocidade. Todos os dias, 300 mil prontuários ganham sua versão digital.

Impressões digitais

Ainda este ano, o instituto deve adquirir um sistema automatizado de identificação de impressões digitais (AFIS, sigla para Automated Fingerprint Identification System, em inglês), que vai permitir o confronto automático de digitais encontradas em locais de crime com um banco de dados de 1 milhão de pessoas.

Atualmente, os fragmentos de digitais recolhidos numa cena de crime só podem ser comparadas com um universo restrito de suspeitos. Pelo novo sistema, essa busca será muito mais abrangente.

Arquivo modernizado

A primeira etapa da modernização do IIRGD foi a reforma do arquivo de fichas de identificação civil. O que era um arquivo sujo e desorganizado, com fichas amontoadas, se transformou num sistema limpo e moderno. Prateleiras deslizantes eletrônicas guardam as caixas com 40 milhões de prontuários de identificação civil, um para cada número de RG no Estado.

RG digital

Outra importante ação para modernizar a identificação civil no Estado é a emissão do RG digital, que já é feita em postos do Poupatempo. Com tecnologia totalmente nacional, desenvolvida pela Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), a Carteira de Identidade Digitalizada utiliza imagens digitalizadas da assinatura, fotografia e impressões digitais do cidadão.

O novo documento, semelhante à nova carteira de motorista, reduz drasticamente a possibilidade de fraudes, especialmente porque não pode ter a fotografia trocada, já que ela é impressa diretamente no documento, e não pode ser plastificada.

Carlos Prado / Cíntia Cury