Estado desativa mais quatro carceragens em distritos policiais da Zona Leste

Com a derrubada dos DPs, sobe para 56 o número de carceragens desativadas na capital

seg, 20/06/2005 - 11h22 | Do Portal do Governo


Os últimos presos do 58º Distrito Policial (DP), no bairro de Vila Formosa, zona leste da Capital, foram transferidos nesta segunda-feira, dia 20, para Centros de Detenção Provisória e penitenciárias do Estado.

A transferência foi acompanhada pelo governador Geraldo Alckmin. Em seguida, o governador seguiu para o Parque da Mooca, para a desativação da carceragem do 57º DP. O espaço ocupado pelos presos nos dois DPs serão transformado em biblioteca, área para atendimento à Terceira Idade e alfabetização de adultos. As obras de reforma e adaptação serão realizadas pelo Centro Universitário Capital (Unicapital), sediada na região.

Outras duas carceragens foram desativadas nesta segunda-feira: Jardim Robru (67º DP) e Itaquera (103º DP). Com essas quatro desativações, sobe para 56 o número de DPs sem carceragens na capital. Em todo o Estado, chega-se a 155 carceragens desativadas, sendo 59 em DPs e 96 em cadeias públicas, além da cadeia do Depatri. A previsão é que até o fim deste ano outras 22 carceragens em distritos policiais sejam desativadas na capital.

Alckmin destacou que um total de 5.470 detentos foram retirados de distritos policiais e outros 1.455 de cadeias, totalizando 6.925 presos que foram transferidos para penitenciárias e CDPs só na capital. Em todo o Estado, foram 17.786 presos.

Para abrigar os transferidos estão sendo construídas três penitenciárias com capacidade para mais de 1.500 presos nas cidades de Guareí, Lavínia e Balbinos. Essas unidades devem ficar prontas no segundo semestre deste ano. As penitenciárias de Guarulhos e Franco da Rocha I e II serão convertidas em CDPs, totalizando 3.500 vagas.
O Governo paulista entregou mais de 61 mil vagas prisionais nos últimos dez anos. Ainda este ano estão sendo abertas mais 9.330 vagas na penitenciárias do Estado.

375 cidades não tiveram registro de homicídio este ano

“Temos 137 mil presos no Estado de São Paulo. Esse esforço da polícia para defender a população, para proteger a vida das pessoas é que trouxe o resultado desta forte queda de homicídios em todo o Estado”, afirmou o governador. Ele ressaltou que 375 cidades não registraram nenhum caso de homicídio desde o início deste ano.

Alckmin enfatizou ainda que os problemas de Segurança Pública estão concentrados nas grandes cidades e lembrou que a capital paulista é a terceira maior cidade do mundo em população. “São Paulo tem 11 milhões de pessoas. É maior que Portugal. A região da zona leste é maior que o Uruguai. Tem 5 milhões de habitantes”, disse. Ele observou ainda que nos 8 mil quilômetros quadrados da região metropolitana concentram-se 18 milhões de pessoas. “E com todas as condições que levam ao aumento de criminalidade. Temos mais de 2.000 favelas na região metropolitana, enormes desigualdades sociais e má ocupação urbana. Pois com tudo isso, estamos ano a ano reduzindo o número de homicídios”, afirmou o governador.

Ele usou como exemplo o bairro de Jardim Angela, na zona sul da capital, que em 1996 chegou a ser considerado um dos lugares mais violentos do mundo e apresentou uma redução de 54% nos índices de homicídio.
Para Alckmin, a retirada dos presos de distritos policiais vai representar um outro salto de qualidade que vai beneficiar a população, que não vai precisar conviver com tentativas de fugas e rebeliões; os policiais, que poderão dedicar-se ao trabalho investigativo e judiciário; e os detentos, que cumprirão pena em locais adequados.

15 DPs vão manter espaço para presos

Dos 93 Distritos Policiais da capital, 15 DPs vão manter espaço para presos. Um DP em cada uma das oito seccionais vai manter uma carceragem de trânsito para as prisões em que a polícia precisar ficar mais tempo com o detento. Isso porque, muitas vezes é preciso que o preso fique até três dias na delegacia para identificá-lo corretamente e também para que possa ser reconhecido por vítimas. São eles: o 2º DP – Bom Retiro, 26º DP – Sacomã, 57º DP – Parque da Mooca, 65º DP – Arthur Alvim, 66º DP – Vale do Aricanduva, 72º DP – Vila Penteado, 91º DP – Ceasa e 102º DP – Capela do Socorro.

Outros sete terão carceragens para prisões especiais, como as motivadas por falta de pagamento de pensão alimentícia e detentos com curso superior que aguardam julgamento, que, de acordo com a legislação brasileira, têm direito a prisão diferenciada. As carceragens especiais ficarão nos seguintes distritos policiais: 8º – Belém, 13º – Casa Verde, 18º – Alto da Mooca, 33º – Pirituba, 52º – Parque São Jorge, 77º – Santa Cecília e 89º – Portal do Morumbi.

Cíntia Cury

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