Estado de São Paulo atinge 40 milhões de habitantes em 2005

Relógio populacional do site da Fundação Seade registrará no próximo dia 30 de julho, o número 40.000.000

ter, 17/05/2005 - 11h21 | Do Portal do Governo

Em 2005, a população paulista atinge a marca de 40 milhões. Unidade da Federação mais populosa do país, concentrando 21% da população brasileira, o Estado de São Paulo passa, assim, a ser mais populoso do que 178 países, colocando-se abaixo de apenas 29 em termos de habitantes. Na América do Sul, somente a Colômbia abriga um número maior de pessoas que nosso Estado. No território paulista residem 11% de todos os sul-americanos.

O relógio populacional do site da Fundação Seade registrará no próximo dia 30 de julho, o número 40.000.000. São Paulo atinge esse patamar após crescer a taxas sempre maiores que a média nacional. A década de 50 foi a de maior expansão, quando o Estado cresceu 3,6% ao ano e o Brasil, 3,2%. No último período censitário, 1991-2000, enquanto São Paulo aumentou 1,8% ao ano, o Brasil registrou incremento de 1,6%. No início do século XXI, os ritmos de crescimento esperados para essas áreas são menores, mas o estimado para São Paulo (1,6%) ainda supera a média nacional (1,4%).

As estatísticas vitais, processadas e organizadas pela Fundação Seade com informações sobre nascidos vivos e óbitos provenientes dos Cartórios de Registro Civil do Estado, relacionadas com os Censos Demográficos, realizados pelo IBGE, permitem analisar o crescimento populacional, interpretar a dinâmica demográfica paulista e construir cenários futuros para a população do Estado.

O modelo de projeção populacional adotado pelo Seade baseia-se no chamado método dos componentes demográficos, que considera, na simulação dos possíveis cenários futuros para a população paulista, a interação das três variáveis responsáveis pelo crescimento populacional: fecundidade, mortalidade e migração. A tendência esperada para os componentes da dinâmica demográfica do Estado de São Paulo considera a continuidade da queda nos níveis da fecundidade, o gradativo aumento da expectativa de vida ao nascer e a redução nas taxas de migração para o Estado. A interação dessas tendências resulta na manutenção do processo de desaceleração do ritmo de crescimento, cuja taxa anual deve atingir 1,6%, no primeiro qüinqüênio do século XXI.

Tais tendências também produzem importantes alterações na estrutura etária e no ritmo de crescimento de todos os segmentos da população do Estado de São Paulo. Os resultados dessa análise, considerando os grupos quinzenais de idade, indicam que o segmento etário menor de 15 anos manteve seu volume populacional praticamente inalterado, enquanto os demais registraram aumentos diferenciados. Entre 2000 e 2005, o grupo de maior volume populacional, com idades entre 15 e 29 anos, cresceu à taxa anual de 1,0%; o contingente entre 30 e 44 anos elevou-se em 1,6%; e a população de 45 a 59 anos registrou o maior crescimento (4,2%). O número de habitantes na terceira idade (com 60 anos ou mais) também apresentou aumento expressivo, nesse período, com um acréscimo de 510 mil pessoas. O contingente entre 60 e 74 anos elevou-se em 2,6% ao ano e aquele com mais de 75 anos registrou a segunda maior taxa de crescimento da população paulista (3,9% ao ano).

Entre 2000 e 2005, consolida-se o processo de envelhecimento da população residente no Estado de São Paulo, quando os grupos a partir dos 30 anos de idade aumentam sua participação relativa na população total, enquanto os mais jovens a diminuem, com destaque para o segmento de menores de 15 anos, cuja perda proporcional foi de aproximadamente dois pontos percentuais. A participação da população de 45 a 59 anos apresentou a maior diferença, aumentando cerca de dois pontos percentuais em apenas cinco anos.

A composição da população paulista, por sexo, revela maior presença de mulheres. Isso decorre, principalmente, do diferencial existente na esperança de vida ao nascer – que registra uma margem de cerca de oito anos de vida a favor das mulheres -, além da maior participação do sexo feminino nos fluxos migratórios recentes para o Estado.

O indicador utilizado para avaliar o equilíbrio populacional entre os sexos é a razão de sexo, que indica quantos homens existem para cada 100 mulheres. Em 2005, há equilíbrio entre homens e mulheres nas faixas menores de 29 anos. Com o avançar da idade, ocorre queda gradativa neste indicador, observando-se a crescente supremacia da população feminina, que se destaca na terceira idade: para o contingente entre 60 e 74 anos, há 82 homens para cada 100 mulheres e no grupo de 75 anos e mais essa relação é ainda menor (63 homens para cada 100 mulheres).

Nos municípios paulistas, desaceleração generalizada

A análise do incremento populacional dos municípios paulistas, para o primeiro qüinqüênio do século XXI, mostra desaceleração generalizada em suas taxas de crescimento e menor variabilidade entre elas, quando comparadas àquelas registradas na década anterior. Enquanto no período 1991-2000 foram observados 86 municípios com taxas negativas de crescimento e 105 com taxas superiores a 3%, nos primeiros cinco anos do século XXI a projeção indicou 52 municípios com taxas negativas e 69 com taxas anuais superiores a 3%.

Aqueles com taxas de crescimento negativas localizam-se, em sua maioria, na região oeste do Estado de São Paulo, ao passo que os municípios com as taxas mais elevadas concentram-se no leste paulista.

Bertioga é o município paulista com o maior ritmo de crescimento populacional entre 2000 e 2005 (8,4% ao ano) e sua população corresponde a 44,5 mil habitantes, em 2005. Merecem destaque, também, Vargem Grande Paulista, Bady Bassitt, Santana de Parnaíba e Caieiras, cujas taxas anuais superam 5%.

No outro extremo, aparece Itaóca, com o maior decréscimo populacional (-1,7% ao ano) e cuja população chega a 2.866 habitantes, em 2005. Também com taxas de crescimento populacional inferiores a -1,0% ao ano, estão os municípios de Ribeira, São João do Pau d’Alho, Santa Rita d’Oeste e Santana da Ponte Pensa.

Em 2005, os municípios pequenos continuam a ser a maioria. Dos 645 municípios paulistas, 287 têm menos de 10 mil habitantes e 112 têm entre 10 mil e 20 mil habitantes. Borá mantém-se na posição de menor município paulista, com apenas 831 habitantes – o único com população inferior a mil pessoas – e taxa de crescimento de 0,8% ao ano. Somente nove municípios apresentam população superior a 500 mil habitantes: São Paulo (10.744 mil); Guarulhos (1.230 mil); Campinas (1.029 mil); São Bernardo do Campo (768 mil); Osasco (694 mil); Santo André (669 mil); São José dos Campos (592 mil); Sorocaba (560 mil) e Ribeirão Preto (543 mil).

No total de municípios paulistas, 81,2% possuem menos de 50 mil habitantes e abrigam 17,4% da população estadual, enquanto os 18,8% restantes concentram 82,6%.

Considerando que o crescimento vegetativo da população, no Estado de São Paulo, é de aproximadamente 1,0%, pode-se supor que os municípios com taxas superiores a esse patamar apresentariam atração populacional, ou seja, saldo migratório positivo, pois as entradas de migrantes seriam maiores que as saídas. De forma semelhante, os municípios com taxas inferiores a 1,0% indicariam saldos migratórios negativos e aqueles com taxas negativas estariam perdendo população.

No qüinqüênio 2000-2005, apenas 8% dos municípios perderam população, quase todos com menos de 10 mil habitantes. A única exceção é São Caetano do Sul, cuja população, em 2005, atinge 137 mil habitantes, contra 140 mil habitantes em 2000.

No estrato de municípios com taxas de crescimento entre 0% e 1%, portanto, com provável saldo migratório negativo, foram classificados 30,7% dos municípios paulistas. Em contrapartida, 61,3% dos municípios registraram taxas de crescimento superiores a 1%, o que indicaria saldo migratório positivo ou atração populacional. O mapa ao lado indica os municípios classificados em cada estrato de classe de taxa de crescimento.

A população residente no Estado de São Paulo já não mantém o ritmo de crescimento observado no passado. Entre 2000 e 2005, essa taxa foi a metade da observada na década de 60. A maioria dos municípios tem menos de 50 mil habitantes, mas a população concentra-se naqueles de maior porte.

A população é hoje marcadamente adulta e sua distribuição etária já perdeu a forma piramidal apresentada no passado. A crescente proporção da população em idade ativa e na terceira idade é resultado da alta natalidade e da queda da mortalidade ocorridas a partir de 1945. As elevadas taxas de migração observadas entre 1960 e 1980, quando grande número de pessoas, principalmente com idades entre 20 e 30 anos, buscava trabalho no Estado de São Paulo, também contribuíram para a tendência registrada no presente. A existência de menor proporção de crianças e jovens na população deve-se à redução da natalidade observada a partir de 1984.

Quanto à mobilidade da população, as projeções indicam que os municípios localizados na porção central e norte do Estado têm apresentado saldos migratórios positivos, mas são aqueles do entorno das sedes de regiões metropolitanas que continuam a exercer forte atração populacional. Por seu turno, grande parcela dos municípios situados nas regiões oeste, noroeste e sul do Estado vem apresentando saldos migratórios negativos.

Em breve, a Fundação Seade disponibilizará em seu site (www.seade.gov.br) um sistema com as projeções populacionais, até 2005, para todos os municípios paulistas e distritos do Município de São Paulo. Tais informações estarão desagregadas por sexo, grupos qüinqüenais de idade, idades escolares e local de moradia (urbana e rural).

‘SP Demográfico’, Ano 6, n° 1, elaborado pela Fundação Seade.