Concebido para ser realizado em quatro etapas, o projeto de modernização do Conjunto Constâncio Vaz Guimarães (CVG), no Ibirapuera, deve entrar agora na sua segunda fase, com o lançamento do edital para a contratação dos serviços de consultoria referentes à análise econômico-financeira do empreendimento. Ao mesmo tempo, deverá ser definido o modelo de gestão da parceria entre o Governo do Estado e empresas privadas.
O terceiro passo prevê o lançamento de uma concorrência internacional para a definição do concessionário. Na quarta e última etapa, será firmado o contrato com o parceiro privado e início das obras de reforma.
A modernização do CVG foi iniciada em 2002, com a organização de um concurso nacional para escolha do escritório que deveria assumir a responsabilidade pelo projeto arquitetônico. Do concurso, que teve o apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil e do Banco Nossa Caixa, participaram 155 escritórios de arquitetura de todo o Brasil.
Reestruturação
O Coordenador de Esportes e Lazer do Estado de São Paulo, Antônio Carlos Pereira, responsável pelo local, diz que apesar de ter sido concebido para receber atletas e eventos de grande porte, passados quase cinqüenta anos desde a sua inauguração, o conjunto demanda modificações para se adequar às novas exigências. Para isso, o governo pretende abrir concessões para empresas participarem da gestão e operação do local.
O complexo é composto por quatro unidades principais, que compreendem dois ginásios, com capacidade para 11 mil e 3 mil pessoas; um estádio de atletismo, para 13 mil pessoas, e um conjunto aquático, com capacidade para quase 6 mil pessoas. A área total é de 96 mil m², com 89 mil m² de área construída.
Semanalmente, cerca de 5 mil atletas freqüentam o conjunto, que oferece treinamento em 20 modalidades esportivas, além dos vários programas sociais desenvolvidos pelo governo do Estado.
O projeto de modernização inclui modificações técnicas, respeitando padrões internacionais, tecnologia de ponta, logística, operação e melhoria dos serviços oferecidos. O planejamento compreende a reestruturação das unidades esportivas, a construção de um centro de facilidades e entretenimento, com serviços de restaurantes, lojas, centro de imprensa, alojamentos, salas para congressos.
Em busca de parcerias
Para o governador do Estado, Geraldo Alckmin, a concessão de gestão do complexo representa uma grande oportunidade de negócio para empresas: “O parceiro privado vai ter participação ativa no gerenciamento das atividades do Conjunto Vaz Guimarães. Vai poder negociar o calendário de competições e eventos no local. A operação de um centro desse porte, com quatro grandes praças esportivas, servidas por um centro de serviços e entretenimento, vai gerar uma série de oportunidades. Entre elas, a exploração de locação, bilheteria, pontos de venda de alimentos e de artigos de merchandising, estacionamento, alojamento, negociação de mídia interna e externa, entre outras”.
O CVG tem um custo operacional de cerca de R$ 4 milhões por ano. As obras de revitalização estão orçadas em aproximadamente R$ 90 milhões. Segundo o governador, a parceria é importante não apenas pelo que significa em termos de aporte financeiro nos investimentos de obras de infra-estrutura e operação, mas também por permitir a profissionalização da gestão e operação do empreendimento, facilitando a comercialização de patrocínios e eventos que o mercado pode oferecer.
Mais investimentos
Roberto Mencarini, assessor da Secretaria Estadual da Juventude Esporte e Lazer, que opera o processo de modernização do conjunto, acredita que em sete meses já será conhecido o novo parceiro: “Parte da obra deve começar ainda em 2003, com a construção dos alojamentos onde ficará hospedada a equipe BM&F Atletismo (a principal equipe da modalidade, no Brasil). A previsão do tempo total para a conclusão das obras do novo CVG deve ficar em torno de três anos”.
O governo busca nesse projeto atrair mais investimentos para São Paulo. Gerar negócios, aquecer a indústria do lazer, do esporte, do entretenimento e do setor de serviços – como hotéis, restaurantes e transportes –, criar novos empregos e, principalmente, aumentar as receitas do Estado para investimentos em programas sociais e esportivos.
Um marco para a cidade
Situado num local privilegiado da cidade, o Conjunto do Ibirapuera foi inaugurado em 1957 e se tornou um ponto de referência por suas linhas arquitetônicas marcantes e por abrigar, nos seus quase 50 anos de existência, os mais importantes espetáculos esportivos e culturais, que marcaram várias gerações.
O projeto encomendado pelo governo de São Paulo ao arquiteto Ícaro de Castro Mello, foi premiado no Salão Paulista de Belas Artes em 1952. É considerado o centro de excelência do atletismo em São Paulo, para competições e treinamentos, tendo sediado importantes provas do calendário esportivo nacional e internacional, como os Jogos Panamericanos de 1963.
Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Juventude, Esportes e Lazer e Agência Imprensa Oficial
(AM)
