Espetáculo Circence marca o segundo dia da Semana da Solidariedade

Hoje, foi a vez de três entidades da Zona Sul da Capital receberem a visita de Lu Alckmin e a ajuda de parceiros da sociedade civil, órgãos governamentais e empresas privadas, que estão aderindo à Semana e colaborando para melhorar as condições das entidades visitadas. “Um dos objetivos da Semana já está sendo atingido”, diz Lu Alckmin. Porém ela enfatiza que a meta vai muito além. “O importante é envolver e sensibilizar toda a sociedade para a disseminação de ações similares de solidariedade e responsabilidade social voltada às crianças”, afirma.

Ao visitar as entidades, constata-se que todas têm em comum a dedicação, que vai desde a direção, passando pelo corpo de funcionários e voluntários. É o caso do Lar Espírita Infantil Allan Kardec fundado com esforços e recursos de amigos preocupados com o futuro das crianças carentes, em 1993. Localizado no Jardim Ângela, a entidade atende gratuitamente crianças em regime de internato e proporciona a formação escolar até a profissionalização. Entre os cursos de especialização estão os de mecânica industrial e de manutenção, ambos oferecidos por metalúrgicas, que posteriormente oferecem emprego aos adolescentes. Também há cursos para manicure, pedicure, cabeleireiro e informática, entre outras. O conceito trabalhado no espaço é o de um lar, por isso, a saída não é obrigatória quando eles completam a maioridade.

Já na Associação Cristã de Casais Vila Acalanto, segunda instituição visitada, atende crianças com idade de até 5 anos encaminhadas pela Vara da Infância e de Juventude. Apesar da permanência no abrigo ser relativamente curta, a entidade acolhe e oferece tratamento personalizado para cada um deles, de forma que todos se sintam em um lar. Preservar e fazer valer os direitos de uma criança, principalmente o de ter uma família, também está entre os objetivos da Associação. As crianças podem ser reintegradas na própria família ou adotadas. A funcionária Tereza Roque, 45 anos, que há 12 anos trabalha na entidade diz que trabalhar naquele lugar é gratificante. “É uma grande troca de amor com as crianças”. Porém, conclui expressando o sentimento que toma conta dela todos os dias. “Na hora da saída é muito ruim. Dá vontade de voltar. Vamos para casa, mas fico pensando neles. São tão pequenos e precisam tanto de nós!”, diz ela.

O Lar Escola Caibar Schulel, terceira visita, é um abrigo com 70 crianças e adolescentes com idade até 16 anos, encaminhadas pela Justiça. Elas têm acesso a cursos profissionalizantes, atividades físicas e culturais. Larissa*, 15 anos, chegou a passar pela Febem e, vive há 10 anos no Lar. Ela diz que a vida ali dentro é muito boa e sente-se segura em função do preparo que recebe para enfrentar o futuro. “Meu sonho é ser veterinária e falar alemão”, conta Larissa. Isso porque sua irmã mais nova foi adotada por um casal suíço. “Tenho muita saudade da minha irmã. Por isso, guardo um álbum com muitas fotos. Meu desejo é que ela seja feliz”, diz. Ela ainda conclui com uma mensagem às pessoas que pretendem adotar crianças: “Não separarem os irmãos, afinal somos uma família”.

Gilmara*, 14 anos, chegou no Lar Escola com 7 anos. Ela diz que as crianças que vivem em abrigos são especiais, caso contrário, não sobreviveriam. Com convicção afirma que é preciso ser forte para superar a falta da família. Força é o que não falta para Gilmara ao contar sua história: “minha mãe bebe e meu pai é depressivo. Se eu estivesse com eles, provavelmente teria me prostituído, ou engravidado precocemente, como minha irmã, que vive fora daqui”. Ela se destaca no local pela maturidade e força de vontade. Além de planejar seu futuro, ainda pensa muito no irmão de 12 anos, que também mora no abrigo “tenho que ensinar coisas boas a ele. Dar bons exemplos”.

Ao terminar a programação do dia, Lu Alckmin afirmou que o amor, o acolhimento e as oportunidades proporcionam segurança e auto-estima às crianças. ‘É preciso que haja o compromisso ético, moral e emocional da população com as crianças, o respeito com as diferenças e a igualdade de chances para que todos possam desenvolver com dignidade seus potenciais físico, mental e moral. Toda a criança tem direito à educação, lazer, esporte, alimentação, saúde, convivência familiar e comunitária, enfim, direito à vida’.

Para participar da Semana da Solidariedade, a sociedade civil pode fazer doações de brinquedos, medicamentos, móveis, utensílios domésticos, fraldas e alimentos não perecíveis. As instituições também precisam do trabalho voluntário de profissionais como médicos, dentistas, psicólogos, e de pessoas que colaborem fazendo visitas a essas crianças. Basta procurar uma entidade mais próxima ou ligar para o Fussesp (11) 3874 6738 ou www.fundosocial.sp.gov.br.

* Os nomes dos personagens citados são fictícios.

Christiane Rocha

Confira a Programação da Semana da Solidariedade

SEGUNDA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO

17h00 Apresentação da peça ‘Poeira de Estrelas’, com Eduardo Bakr e Thompson com direção de Tadeu Aguiar
Local: Auditório Ulisses Guimarães – PB