Especial: TV interativa da Secretaria da Fazenda educa e capacita servidores do Estado

Modernização é uma resposta à cobrança cada vez maior da sociedade em relação ao papel do Estado. E modernizar significa investir não apenas em tecnologia, mas principalmente em pessoas. No ar desde junho de 2000, a TV Fazesp vem servindo a esse propósito.

Canal de televisão corporativa dedicado ao desenvolvimento profissional do servidor público, em especial dos funcionários da Secretaria da Fazenda, produziu nestes dois anos 43 programas, além de vídeos, dedicados a ações de capacitação profissional na Secretaria da Fazenda. Ela é um dos produtos (‘braços’) resultantes do programa de modernização da Secretaria da Fazenda, cujo objetivo geral é aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados por essa secretaria.

Além de contribuir para aprimorar a eficiência da Secretaria, seu potencial de difundir informação alcança públicos externos. De acordo com Nelson Machado, diretor da Escola Fazendária do Estado de São Paulo (Fazesp), uma das prioridades da Fazesp é a educação fiscal, que tem por objetivos sensibilizar os cidadãos sobre a função socioeconômica dos tributos, facilitar o cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes e incentivar a população a acompanhar a aplicação dos recursos públicos.

O público-alvo da educação fiscal é amplo e, em grande medida, externo à Secretaria. A TV pode contribuir para que a Fazesp possa chegar até esse público, comenta.

Exemplo disso é o programa que irá ao ar, ao vivo, no próximo dia 19 de março, que tem como tema as mudanças na legislação do Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações (ITCMD) de quaisquer bens ou direitos. Voltado para advogados, contabilistas, cartorários e contribuintes do imposto, o programa, conforme explica Filipe Linhares, um dos coordenadores da TV Fazesp, será uma oportunidade de informar sobre as novidades da legislação e esclarecer as dúvidas mais freqüentes a seu respeito.

O público da TV Fazesp é formado por cerca de 8.500 funcionários das várias áreas da Secretaria da fazenda. Também atende aos funcionários de outros órgãos e secretarias estaduais envolvidos na execução do orçamento estadual, além de grupos específicos de cidadãos usuários dos serviços da Secretaria da Fazenda, como contabilistas e advogados.

Funcionamento

A programação da TV Fazesp é transmitida por meio de sinal digital via satélite em circuito fechado para um conjunto de 16 telessalas instaladas nas regionais no interior do Estado e na sede da Secretaria da Fazenda, com capacidade para atingir um total de até 500 telespectadores.

As transmissões têm ênfase em programas de debates que utilizam os mais variados recursos didáticos da linguagem televisiva, como reportagens, animações gráficas e reconstituições ficcionais de situações concretas. A intenção, de acordo com Tiago Savio, também coordenador do projeto, é evitar o formato das teleconferências, que meramente reproduzem à distância a linguagem de uma sala de aula tradicional.

Os programas, atualmente transmitidos ao vivo e com periodicidade quinzenal, são interativos, estimulando a participação do público, que pode contribuir em tempo real formulando perguntas e enviando mensagens para os debatedores, por fax ou e-mail. Os temas discutidos têm caráter de educação continuada.

Procuram, além de transmitir conhecimentos técnicos aplicados, promover valores éticos e humanos, valorizar o trabalho do servidor público e promover o desenvolvimento profissional adequado para que ele possa exercer seu papel na sociedade.

TV interativa

Uma das marcas da TV Fazesp tem sido apostar na interatividade como principal recurso educacional. A instalação de recursos interativos se deu de modo gradual ao longo do desenvolvimento do projeto.
A primeira etapa dessa evolução fez uso da intranet da Secretaria da Fazenda como ferramenta educacional.

Uma área na home page da Fazesp chamada de superlink era o canal de comunicação para a divulgação de textos complementares, propostas de questões para debate e de materiais didáticos relacionados ao conteúdo dos programas da TV.

O material era utilizado pelos instrutores das telessalas nas discussões com os espectadores, após encerrada a transmissão dos programas, que eram inicialmente pré-gravados em videoteipe.

Num segundo momento, uma vez consolidado o know-how técnico e pedagógico na produção de materiais audiovisuais e estabelecido um padrão de qualidade técnica, partiu-se para a transmissão ao vivo dos programas. Isso permitiu estender as possibilidades de interatividade. Hoje os espectadores já participam ativamente dos programas da TV Fazesp em tempo real, interagindo com os participantes dos debates, enviando perguntas e comentários por fax ou e-mail.

‘O principal atrativo deste recurso é garantir o espaço para que qualquer dúvida tenha uma resposta imediata e emitida por um especialista no assunto que está naquele momento no estúdio, disponível para atender ao espectador’, afirma um dos coordenadores.

Os planos da TV Fazesp compreendem a ampliação das possibilidades de interação graças à utilização da tecnologia de videoconferência bidirecional. Por meio desse recurso, os participantes nas telessalas, além de assistir a um debate, poderão ter sua voz e imagem transmitidas para os especialistas convidados e para todas as demais salas conectadas via intranet ou internet.

Informação de qualidade

A produção para televisão, de acordo com a equipe do TV Fazesp, exige perfis de profissionais de comunicação inexistentes no contingente de funcionários da Secretaria da Fazenda, e cuja contratação pela administração direta não se justifica por ser uma atividade alheia às atribuições do Estado.

Por outro lado, uma terceirização total das atividades de produção dos programas da TV Fazesp poderia levar à perda do vínculo com as fontes primordiais de informação para conteúdos didáticos, que são os funcionários da escola Fazendária e de outras áreas da Secretaria da Fazenda.

O modelo de funcionamento adotado procura, portanto, conciliar a qualidade técnica de produção televisiva profissionalizada com a qualidade técnica da informação a ser transmitida. Para isso, há uma equipe de quatro funcionários da Fazesp responsável pela coordenação e gerenciamento dos trabalhos da TV Fazesp.

As atividades dessa equipe incluem levantamento de temas e acompanhamento da produção de conteúdos para programas, suporte à interatividade e supervisão das atividades de produção de TV.

Uma empresa produtora de programas de televisão trabalha em conjunto com a equipe da Fazesp para a criação e roteirização dos programas, numa equipe que envolve profissionais de comunicação.

A produtora terceirizada é responsável pela gravação e finalização dos materiais em videoteipe a serem utilizados, além da apresentação e direção durante a transmissão ao vivo dos programas. Por fim, a equipe técnica da Fundação padre Anchieta é responsável pela transmissão ao vivo dos programas.

Como faz questão de salientar Filipe Linhares, o trabalho de TV ‘é um trabalho de equipe. Depende da integração de numerosos profissionais, desde a elaboração de conteúdos didáticos – por especialistas tanto da Secretaria da Fazenda quanto externos – até as diversas funções envolvidas na produção televisiva’.

Acesso de servidores à capacitação é facilitada

Em 1996, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou empréstimo de US$500 milhões ao Brasil. Os recursos seriam direcionados à modernização fiscal das gestões tributária e financeira das secretarias estaduais de fazenda, finanças e tributação, por meio do Programa Nacional de Apoio à Administração Fiscal para os Estados Brasileiros.

Na Secretaria da Fazenda, o esforço de modernização fiscal estendeu-se inclusive à área de capacitação da Secretaria: a Fazesp. Com o objetivo de ampliar a capacidade da Fazesp para realizar a formação e o treinamento dos servidores da Secretaria da Fazenda, de modo adequado ao processo de modernização, foi criado, em junho de 2000, um canal de televisão corporativa, a TV Fazesp.

Em razão da experiência anterior da Fazesp de utilização de vídeos de treinamento, foi negociado com a Fundação Padre Anchieta, controladora da TV Cultura, um contrato de transmissão de sinal de TV digital via satélite para 16 telessalas instaladas nas unidades da secretaria espalhadas pelo Estado.

‘O ensino à distância permite maior acesso dos servidores às atividades de capacitação e reduz a necessidade do deslocamento de funcionários, assim como os custos decorrentes desse deslocamento. Propicia ainda maior agilidade e confiabilidade na difusão de informações’, explica o coordenador.