Especial: São Paulo cria comitê para o combate ao mosquito da dengue

Apoio efetivo da sociedade é fundamental para a redução do risco de epidemia no verão

sex, 25/10/2002 - 10h00 | Do Portal do Governo

O mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, está presente em mais de 100 países no mundo e em quase todo o território nacional. No Estado de São Paulo, neste ano, o mosquito foi localizado em 486 dos 645 municípios, com a confirmação de 19 casos de dengue hemorrágica e 6 mortes.

Para intensificar a luta pela erradicação da doença, a Secretaria Estadual da Saúde publica na edição desta sexta-feira, dia 25, do Diário Oficial do Estado, a resolução que constitui o Comitê Estadual de Mobilização contra a Dengue. O comitê é integrado por representantes de 26 órgãos e entidades. Entre eles estão órgãos da área de saúde, Correios, Metrô, Associação dos Supermercados, Fiesp, administradoras de rodovias e até da Associação Nacional dos Jornais.

Ações conjuntas

As autoridades estão convencidas de que o controle da doença exige atuação conjunta do poder público, de instituições não-governamentais e da sociedade. E alertam que a luta para evitar a doença exige empenho diário na eliminação dos criadouros, nos pratinhos sob os vasos de plantas, nos pneus velhos abandonados, nas embalagens no fundo do quintal.

Tudo que possa virar depósito de água limpa em ambiente para o mosquito pôr seus ovos deve ser suprimido. Os recursos financeiros para o enfrentamento da dengue são provenientes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), do Tesouro do Estado e dos cofres dos municípios.

Eles permitem, entre outras ações, a contratação de pessoas que são treinadas para localizar e debelar os focos dos mosquitos. Ações de controle da dengue – que estão sendo feitas desde o início do ano – abrangem trabalho dos municípios com coordenação e apoio técnico do governo do Estado, por intermédio da Sucen.

Perigo de verão

A dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus (existem quatro tipos diferentes de vírus da dengue: 1, 2, 3 e 4), que ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo.

As epidemias surgem geralmente no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos, que são as épocas mais propícias para a proliferação do mosquito e para a transmissão da doença.

No Brasil, foram identificados os tipos 1, 2 e 3. O vírus 3 está presente desde dezembro de 2000 (foi isolado em janeiro de 2001, no Rio de Janeiro). Além do Aedes aegypti, a doença pode ser transmitida por outra espécie de mosquito, o Aedes albopictus. Ambos picam durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que age à noite.

Os transmissores, principalmente o Aedes aegypti, proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas, apartamentos, hotéis), em água limpa (caixas d’água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas). As bromélias, que acumulam água na parte central, também podem servir como criadouros.

Embora os casos de dengue sejam mais comuns nas cidades, também há registros em áreas rurais, mas raramente ocorrem em locais com altitudes superiores a 1.200 metros. O único modo de evitar a introdução de um novo tipo do vírus é a eliminação dos transmissores.

O Aedes aegypti pode transmitir também a febre amarela. No Brasil, na década de 30, a erradicação do mosquito, levada a cabo para o controle da febre amarela, fez desaparecer também a dengue.

Lúcia Alamino
Da Agência Imprensa Oficial e Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde