Calcula-se que 40% da população adulta brasileira esteja acima do peso normal, embora não existam estatísticas muito precisas. Sabe-se, também, que todo ano entre 50 mil e 100 mil brasileiros morrem por causa de problemas decorrentes da obesidade.
Diante desse quadro que, em outros países, assume proporções ainda mais graves, a obesidade passou a ser enquadrada pela Organização Mundial da Saúde como uma doença. Esse será o enfoque da 3a Reunião Psicoeducacional para Portadores de Obesidade que o Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas promove na segunda-feira, dia 14.
O evento faz parte do Projeto de Atendimento ao Obeso (Prato). O encontro abordará propostas terapêuticas inovadoras associando medicamento e psicoterapia para pacientes com esse tipo de problema.
O projeto não adota fórmulas temporárias ou medidas milagrosas para atender aos participantes, mas tem como meta conscientizá-los dos motivos que os levaram ao excesso de peso, patologia resultante da combinação de fatores genéticos, metabólicos, sociais e psicológicos.
Muitas pessoas substituem prazeres que não são preenchidos no dia-a-dia, pela comida. Não há homogeneidade no perfil dos obesos, mas características comuns são freqüentes e ligadas a vários transtornos afetivos, profissionais e sexuais.
Estilo de vida
O Prato, programa com duração de três meses, abrange mulheres com idades entre 20 e 50 anos dentro dos padrões médicos de obesidade, sem outras patologias associadas. Propõe alteração de hábitos, psicoterapia, orientação nutricional, ginástica, biodança e até dança do ventre em reuniões periódicas.
O projeto inclui atividades que incentivam a mudança no estilo de vida e dependem da participação efetiva dos envolvidos. A inadequação alimentar e padrões saudáveis são discutidos abertamente sem cobranças ou imposição de regras. A técnica em grupo consiste em discussões e troca de experiências comuns diante da falta de controle alimentar.
Da Agência Imprensa Oficial