Dentro do Projeto Biota-Cerrado, que pretende identificar toda a fauna, flora e microorganismos do Estado, o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (Ceeteps) fechou um convênio com a Universidade de São Paulo (USP) para desenvolver um projeto-piloto de repovoamento do cerrado paulista.
A experiência está prevista para terminar no meio do próximo ano e será realizada no assentamento rural da Fazenda Reunidas, no município de Promissão, região noroeste do Estado. A decisão está publicada no Diário Oficial do Estado, edição desta terça-feira, dia 17.
Inicialmente, os alunos do Ceeteps de Penápolis vão orientar cinco assentados. Nas pequenas propriedades, um hectare de terra será destinado ao plantio de mudas de espécies nativas do cerrado, tais como o jatobá, cujo fruto pode ser usado para fazer bolos; o pequi, que é cozido com o arroz, e a pimenta-de-macaco, que substitui a pimenta-do-reino como condimento não prejudicial à saúde humana. As mudas serão doadas pela organização não-governamental Associação Flora Tietê.
Corredor ecológico
O repovoamento vai permitir que os frutos das plantas sejam consumidos como alimento pelas famílias. Além disso, irá criar um corredor ecológico para atrair a antiga fauna da região, composta de veado-campeiro, lobo-guará, capivara, biguá e macaco-bugio.
Os assentados vão também aprender a produzir o adubo orgânico, oriundo da decomposição de folhas e cadáveres. Ele enriquece o solo do cerrado, carente de matéria orgânica e produz alimentos mais saudáveis. Na composição desse adubo são adicionados esterco animal (aves e suínos) e sobras de alimentos como milho, palha e casca de amendoim.
Durante o processo, é também possível incluir a minhocultura junto com o adubo, tornando o solo ainda mais fértil. A vantagem é a economia dos recursos que seriam despendidos com a compra de defensivos agrícolas e insumos químicos.
Rogério Silveira
Da Agência Imprensa Oficial
