Especial: Pesquisadores divulgam trabalho sobre plantas aromáticas e medicinais

Cultivo hidropônico e extração de oleorresinas fazem parte das pesquisas desenvolvidas

ter, 01/10/2002 - 10h08 | Do Portal do Governo

Pesquisadores públicos irão divulgar conhecimentos sobre óleos essenciais e sobre a cadeia produtiva de plantas aromáticas e medicinais, nesta quarta-feira, dia 2, das 14 às 18 horas, no Pólo Regional do Leste Paulista, em Monte Alegre do Sul.

Quatro pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC-APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, farão palestras e informarão sobre o potencial de óleos essenciais para o agronegócio de plantas aromáticas e medicinais.

O Brasil importa muito em óleos essenciais, apesar de ser o maior produtor mundial de óleo essencial de laranja. Daí a importância de divulgar as técnicas de cultivo e as possibilidades no mercado. O evento é direcionado a produtores rurais e demais interessados nesse agronegócio. A participação é gratuita.

Canela, manjericão, gengibre, camomila, vetiver e priprioca são algumas das plantas aromáticas e medicinais. Os óleos essenciais têm propriedade aromatizante, antiinflamatória e antibacteriana. Também são importantes matérias-primas para as indústrias de medicamentos, de cosmética, de perfumaria e de alimentos.

Produtos industriais

Os óleos essenciais de citros, por exemplo, são muito utilizados na indústria alimentícia, como aromatizantes em bolos, refrigerantes, sorvetes e balas. A importância desses óleos, de maneira geral, não se restringe ao seu uso na forma bruta.

Esses materiais são fontes de substância ou possibilitam, por meio da química fina, a obtenção de outros compostos com maior valor agregado. Os óleos cítricos, por exemplo, possuem limoneno utilizado em produtos industriais como tintas, resinas e plásticos.

O Instituto Agronômico de Campinas tem tradição em trabalhos de melhoramento genético com espécies aromáticas e medicinais. Por meio da seleção de novos clones de menta arvenses, o IAC obteve a variedade IAC-701, resistente a doenças.

Maior produtor

Esse trabalho fez do Brasil o maior produtor mundial de mentol e óleo desmentolado, na década de 50. Da tradição à inovação, o IAC continua contribuindo para o avanço no setor de plantas aromáticas. Exemplo disso está na recente descoberta feita pelo pesquisador do IAC, Nilson Borlina Maia, responsável pela pesquisa que traz novas perspectivas para a preservação ambiental e para o produtor paulista.

Os estudos levaram à descoberta de que o manjericão, usado na culinária, produz o linalol, óleo essencial na composição de perfumes, que vem sendo extraído do pau-rosa – árvore amazônica em extinção. Nilson Maia será um dos palestrantes no evento de amanhã. Para a atividade do produtor, a pesquisa trará uma mudança bastante significativa.

Com o cultivo de manjericão, é possível alcançar um rendimento alto em áreas relativamente pequenas. O agricultor que se dedicar à produção de manjericão e tiver sua própria destilaria poderá gerar cerca de dois mil dólares/hectare. Outra vantagem é que da produção da muda à colheita, a planta requer quatro meses, enquanto o cultivo do pau-rosa toma aproximadamente três décadas.

A pesquisadora Márcia Ortiz Mayo Marques, outra palestrante, trabalha com mais de trinta espécies nativas e cultivadas. O objetivo das pesquisas é verificar a influência do ambiente e de técnicas agrícolas, estudar a sazonalidade e processamento pós-colheita (secagem) sobre o rendimento e a qualidade de matéria-prima e seus produtos (óleos essenciais, oleorresinas. Também farão palestras os pesquisadores Maria Beatriz Perecin e Odair Alves Bovi.

Data: Quarta-feira, 2 de outubro de 2002
Horário: Das 14 às 18 horas
Local: Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico do Agronegócio do Leste Paulista – Estrada municipal Monte Alegre do Sul–Pinhalzinho (SP 360), km 3

Da Agência Imprensa Oficial e Assessoria de Imprensa do IAC