Especial: Município de Américo Brasiliense abrigará nova unidade da Furp

Fábrica de medicamentos vai produzir 294 milhões de unidades por mês e gerar 280 empregos diretos

qua, 16/10/2002 - 12h02 | Do Portal do Governo

A Fundação para o Remédio Popular (Furp), vinculada à Secretaria Estadual da Saúde, vai produzir 294 milhões de unidades de medicamentos por mês e gerar 280 empregos diretos em sua nova unidade, a ser construída no município de Américo Brasiliense, região de Araraquara. O decreto nº 47.214, que cede parte do terreno do Hospital Nestor Goulart Reis, naquele município, para a Fundação, está publicado no Diário Oficial do Estado, desta quarta-feira, dia 16. O terreno cedido tem 200 mil m².

Orçada em R$ 88 milhões, a nova unidade terá sua primeira fase concluída no próximo ano. A área total prevista é da ordem de 25 mil m². A técnica de construção adotada para essa fábrica será na forma de módulos, o que permitirá que sejam agregados, ao longo do tempo, outras linhas de produção de medicamentos, como cremes e pomadas.

Segunda fábrica

Além da produção, a nova unidade vai priorizar a embalagem dos remédios em dose unitária com o objetivo de baratear ainda mais o preço. Essa inovação vai permitir às 246 Santas Casas do interior registradas na Furp uma redução de custos e maior controle na compra dos medicamentos.

A nova unidade entrará em funcionamento em duas etapas. Na primeira fase, em 2003, serão produzidos mensalmente 1,8 milhão de medicamentos injetáveis em ampolas e 100 milhões de comprimidos. A segunda fase será iniciada em 2004, com a produção total sendo aumentada em mais 192 milhões de unidades por mês, até 2006.

As linhas de produção incluem análgesicos e antipiréticos, antiácidos e antiulcerosos, antianêmicos, antibacterianos, antieméticos, antiepiléticos e ansiolíticos, antiinflamatórios, antiparasitários, broncodilatadores, cardiovasculares, dermatológicos, hipogliceiantes orais, oftálmicos, reidratantes via oral, vitaminas e sais minerais e outros, a serem definidos pelo comitê de desenvolvimento de novos produtos, instância responsável pela introdução de inovações técnicas.

Crescimento de 550% em seis anos

Criada em 1974, a Furp destinava inicialmente sua produção ao combate de endemias, especialmente a meningite. Seu potencial começou a ser aproveitado em 1984, quando foi inaugurada a atual sede, em Guarulhos, instalada numa área com 20 mil m².

Em 1995, a Fundação viu-se comprometida em irregularidades, com mais de 100 processos judiciais, a maioria dos quais revelando desvios de medicamentos e superfaturamento. O prejuízo aos cofres públicos foi calculado em US$ 100 milhões.

Foi iniciado, então o processo de saneamento da empresa, concluído em apenas seis meses. Um ano depois, a produção praticamente dobrou, passando dos 357 milhões de unidades para 723 milhões. A partir dessa data, não parou de crescer, tendo atingido, em 2001, quase dois bilhões de unidades produzidas, com mais de cem tipos diferentes de medicamentos.

Empenhada também em melhorar a qualidade dos seus produtos, a Furp foi o primeiro laboratório público brasileiro a receber a certificação ISO 9002. Logo depois, capacitou-se a integrar a relação de possíveis fornecedores de medicamentos para as licitações internacionais da Organização Pan-Americana de Saúde.

Em 2001, recebeu investimentos de R$ 4,34 milhões, destinados à montagem de duas novas linhas de produçáo, o que permitirá, no primeiro trimestre do ano que vem, atingir a marca de 2,4 bilhões de unidades.

Coube também à Furp começar a produzir, em 1996, os medicamentos que compõem o coquetel antiaids, e, em 2000, conseguiu produzir 20 milhões de comprimidos de ATT, além de 50 mil frascos de AZT oral para uso infantil.

Essa produção, repassada a todos os Estados brasileiros, foi um dos fatores que permitiram ao País assumir a posição de destaque na assistência aos portadores do vírus HIV.

A produção do laboratório responde também pelo Programa Dose Certa, que repassa a todos os 645 municipios do Estado de São Paulo, os 41 medicamentos essenciais ao combate às doenças mais freqüntes. A produção para o Dose Certa é, atualmente, de mais de 1,2 bilhão de unidades. Desde 1995, mais de quatro bilhões de unidades foram repassados aos municípios participantes do programa.

Karla Terra, da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Saúde