Especial: Instituto de Infectologia Emílio Ribas faz tratamento para cisticercose

Instituição vai adquirir kits de remédios para o tratamento da doença

ter, 08/10/2002 - 10h15 | Do Portal do Governo

A cisticercose, conhecida como a doença da carne de porco, é uma enfermidade de notificação não-compulsória, nem há registro preciso do número de casos no Brasil. Em São Paulo, um dos principais locais de atendimento de portadores de neurocisticercose, forma mais grave da doença, é o Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Em 2001, o instituto atendeu a 34 casos de pessoas infectadas e até agosto deste ano, foram mais 24 casos.

A neurocisticercose pode ocasionar hipertensão no cérebro provocando dores de cabeça, perturbações da visão, vômitos e convulsões. É tratada com drogas e, às vezes, com cirurgia, indicada dependendo da localização e da evolução da doença. Para dar continuidade aos tratamentos de neurocisticercose, o Hospital Emílio Ribas vai adquirir kits de medicamento. O resumo de contrato que aborda o assunto está publicado no Diário Oficial do Estado, edição desta terça-feira, dia 8.

O homem contamina-se com a cisticercose ao comer verduras, frutas, carnes ou beber água contaminadas com ovos do parasito taenia solium, também chamada de tênia suína. A infecção origina-se quando o embrião ingressa, através do tubo digestivo, na corrente sangüínea e espalha-se pelo organismo até se hospedar em algum órgão. Os locais mais freqüentes são o cérebro, dando origem à neurocisticercose, os músculos e a retina. Em menor escala, pode se alojar sob a pele e nos ossos.

Mas, a cisticercose também é uma doença dos suínos. A taenia solium reproduz-se no porco, quando ele ingere os ovos, que se desenvolvem nos seus músculos dando lugar aos cisticercos. Quando o homem come carne de porco crua ou malcozida, as larvas se hospedam no intestino e o parasito atinge sua forma adulta. As fezes humanas transmitem os ovos que, ao serem engolidos (em pastos ou alimentação contaminada) pelo porco voltam a fazer o ciclo.

A cisticercose humana é uma doença endêmica que ocorre com mais freqüência em países da América Latina – sobretudo México e Brasil – ,além da África, Espanha e Portugal. A transmissão dessa doença baseia-se em dois pilares fundamentais: as condições higiênico-sanitárias e os costumes alimentares da população.

Prevenção

Como medidas preventivas, os especialistas aconselham hábitos de higiene: não comer carne de porco crua ou malcozida (as larvas morrem com o cozimento ou o congelamento durante dez dias), lavar as mãos depois de manipular carne de porco, antes de comer e depois de ir ao banheiro, lavar os alimentos crus e ferver a água nas zonas endêmicas, eliminar corretamente as evacuações de uma pessoa doente, submeter a tratamento médico as pessoas que hospedem o parasito.

Da Agência Imprensa Oficial
Fonte: Site – http://saude.discoveryportugues.com