Especial: Grupo vai gerir programa de proteção à fauna silvestre

Resolução sobre o assunto está no Diário Oficial do Estado

qui, 05/09/2002 - 11h01 | Do Portal do Governo

A Secretaria do Meio Ambiente (SMA) criou grupo gestor do Programa de Proteção à Fauna Brasileira. O objetivo é fiscalizar a fauna silvestre do Estado de São Paulo. O grupo é constituído por um coordenador, cinco membros e seis suplentes da Fundação e Instituto Florestal, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), do Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais (DEPRN), da Coordenadoria de Informações Técnicas, Documentação e Pesquisa Ambiental (CINP) e da Polícia Militar Ambiental. Resolução sobre o assunto está publicada noDiário Oficial do Estado, edição desta quinta-feira, dia 5.

O Brasil é considerado o mais rico país em diversidade de espécies animais do planeta e um dos mais importantes bancos de biodiversidade. Mais de 218 espécies de animais silvestres já se encontram na lista dos animais em extinção e pelo menos sete dessas espécies são consideradas extintas, não sendo registradas suas presenças nos últimos 50 anos.

Tráfico de animais

As principais causas da redução de espécies e espécimes são a destruição dos hábitats por destruição da vegetação, a ocupação humana e a exploração econômica. O tráfico de animais silvestres também é responsável pelo desaparecimento de algumas espécies. Calcula-se que 12 milhões de animais são retirados anualmente do País de forma ilegal.

Frente a esse quadro, a SMA implantou um programa de proteção à fauna silvestre do Estado de São Paulo, desenvolvido pela Fundação Florestal. A prioridade do programa é a criação de Centros de Manejo de Animais Silvestres (Cemas). A primeira unidade já está sendo implantada no Parque Estadual Alberto Loefgreen (Horto Florestal), na capital.

O interesse econômico sobre alguns animais silvestres, a falta de fiscalização, a destinação imprópria , o tráfico, o não cumprimento da legislação e, principalmente, a falta de serviços de triagem e manejo são os principais problemas do setor.

Reintegração à natureza

O Cemas será um serviço de recepção de animais silvestres nativos, para atendimento médico veterinário, com suporte laboratorial e acompanhamento biológico, visando a plena recuperação do animal para reintegrá-lo à natureza.

O centro está sendo construído no Horto Florestal e contará com hospital veterinário, totalmente equipado, com setores de quarentena, internação hospitalar, área de reabilitação e de visitação.
Foi estabelecido um número médio de 380 vagas, em recintos para animais de médio a grande porte, sendo 42 destinados a quarentena, 168 para internação, 160 para a reabilitação e 10 na UTI, além de centenas de vagas para pequenas aves.

No Cemas serão atendidos os animais encaminhados pelas Unidades de Conservação do Estado, Polícia Florestal, Ibama, Corpo de Bombeiros, Centros de Controle de Zoonoses, entidades ambientalistas e comunidade. Os animais serão reabilitados e depois soltos na localidade de procedência.

Os que não se reabilitarem, ou que não sejam procedentes do Estado, deverão ser encaminhados, após a alta médica, para o Estado de origem como zoológicos, criadouros ou instituições de pesquisa, com a devida autorização do Ibama.

Lúcia Alamino
Da Agência Imprensa Oficial