Especial: Grupo de Trabalho amplia ação do Programa Criança Cidadã

Projeto premiado pela ONU dá assistência a crianças e adolescentes que vivem nas ruas em São Paulo

qui, 19/09/2002 - 10h11 | Do Portal do Governo

Acolher e atender crianças e adolescentes, entre zero e 17 anos, que vivem nas ruas de São Paulo ou da região metropolitana – este o objetivo do Programa Criança Cidadã. O projeto nasceu de uma experiência de comunidades da zona oeste de São Paulo, tendo a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seads) criado um Grupo de Trabalho para ordenar e aprimorar suas atividades. A relação com os nomes dos 11 representantes foi publicada na edição desta quarta-feira, dia 18, do Diário Oficial do Estado.

O programa é desenvolvido em parceria com entidades sociais, que recebem os recursos estaduais necessários à sua execução. Neste modelo, as demandas regionalizadas são atendidas em módulos próprios. Cada um deles é formado por um centro de referência e duas casas de passagem.

Na capital, o centro de referência está instalado num casarão da Rua Conselheiro Nébias, 1.283 – Campos Elíseos, especialmente adaptado para o projeto. Possui 970 m2 de área construída com capacidade para atender 600 crianças e adolescentes por mês, e compõe o primeiro módulo do programa. Outros serão implantados em Osasco, Guarulhos e municípios do ABC.

Trabalho profissional

Executado pela Sociedade Beneficente São Camilo, com a qual a Secretaria celebrou convênio de parceria, o programa procura realizar trabalho de abordagem educativa de crianças e adolescentes em situação de rua, por intermédio de equipes de técnicos especialmente treinados. Acolhidos no centro de referência, são atendidos por assistentes sociais, psicólogos, educadores de rua e arte-educadores.

Depois, são encaminhados à rede de proteção social, que dá suporte ao programa. Este é executado dentro de uma metodologia específica, em que o Centro de Referência os acolhe, identifica e atende suas necessidades básicas, oferecendo-lhes espaço de arte e educação. No local, é mantido um banco de dados com o cadastro de todos os atendidos. Eles são encaminhados, após diagnóstico, em até 48 horas, às famílias, rede de proteção social, abrigos ou casas de passagem, nas quais podem permanecer por um período curto ou por até seis meses, nos casos em que o retorno à família estiver temporariamente impossibilitado.

Vínculos familiares

Os abrigados têm alimentação, espaço de convivência, atendimento psicossocial, atividades culturais e esportivas. Também contam com apoio escolar e encaminhamento à rede formal de ensino. Ações socioeducativas são desenvolvidas diretamente com as famílias, com o objetivo de criar condições para o retorno ao lar.

Pesquisa realizada pela Fipe, dois anos atrás, revelou que existiam cerca de 9 mil crianças e adolescentes vivendo nas ruas da Grande São Paulo. Na região metropolitana seriam mais 2.000 ou 3.000. Os pesquisadores constataram que parte dessas crianças mantinha vínculo com os parentes, usando a rua como espaço de subsistência, em busca de recursos para ajudar na composição da renda familiar.

Lúcia Alamino
Da Agência Imprensa Oficial