Especial: Enlaces para o Desenvolvimento abre o mundo digital para jovens carentes

Programa promovido com apoio da Secretaria da Educação envolve 65 mil alunos

qua, 11/09/2002 - 10h41 | Do Portal do Governo

Alunos de comunidades carentes de várias partes do mundo, inclusive do Brasil, estão tendo a chance de obter sua inclusão digital através do projeto Enlaces Mundiais para o Desenvolvimento. O projeto tem apoio do Banco Mundial e, no Brasil, conta com o suporte da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.

Professores de várias escolas envolvidas no projeto estão sendo convocados por portaria conjunta da COGSP, CENP e FDE que está publicada nesta quarta-feira, dia 11, no Diário Oficial do Estado, para participarem de dois workshops promovidos em São Paulo com o objetivo de preparar os instrutores do programa.

Proposta

Enlaces Mundiais para o Desenvolvimento é um programa do Banco Mundial que procura criar comunidades de aprendizagem interativa e cooperativa, mediante o uso das telecomunicações na escola. No Brasil, baseia-se no estabelecimento de alianças e colaboração em termos operativos e financeiros, entre diversos setores públicos, privados, nacionais e internacionais.

A etapa piloto do projeto começou em 1997 em dez países. No Brasil, participaram a Faculdade de Educação da USP e dez escolas públicas (Casa Dom Macário, EEPSG Visconde de Itaúna, EEPSG Monsenhor João Batista de Carvalho, EESG Cond. Filomena Matarazzo, EESG Prof. Ayres de Moura, EEPSG Dona Idalina M. C. Sodré, EEPSG Padre Tiago Alberione, Escola de Aplicação da FEUSP, EESG Prof. Alberto Conte, EEPSG Prof. Daniel Paulo Verano Pontes), escolhidas pelo fato de apresentarem recursos básicos para o desenvolvimento da proposta: sala de informática, com pelo menos cinco computadores funcionando.

No ano seguinte, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo recebeu o convite para coordenar a segunda fase do programa, com a proposta de dar continuidade ao trabalho iniciado nas 10 escolas que participaram da primeira fase e expandir o projeto para outras 11 escolas da rede de ensino público do Estado.

Hoje, o programa já se estendeu para 10 escolas do interior, com participação dos Núcleos Regionais, atingindo um total de 48 escolas, 400 professores e 65 mil alunos. E já está sendo implantado também no Rio Grande do Norte.

Além do Brasil, mais 25 países estão participando do Enlaces para o Desenvolvimento: Botsuana, Burkina Fasso, Camboja, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Gâmbia, Gana, Índia, Indonésia, Laos, Mauritânia, Moçambique, Paraguai, Peru, Filipinas, Senegal, África do Sul, Sri Lanka, Turquia, Uganda, Vietnã, Gaza e Zimbábue.

Objetivos

O programa busca contribuir para a construção e desenvolvimento de redes eletrônicas educacionais. Oferece o apoio à formação, capacitação e aperfeiçoamento de educadores, com o propósito de facilitar a criação de um ambiente global de aprendizagem colaborativa, via Internet.

O público alvo é formado por estudantes e professores de educação secundária dos países em desenvolvimento, com a participação de países industrializados. A cada seis meses o Banco Mundial organiza workshops para que seus instrutores possam realizar a capacitação das escolas envolvidas no programa.

Além disso, o programa incentiva a integração entre as escolas e a discussão de seus trabalhos em encontros regionais. Também fornece materiais de suporte (CDs, livros, site na Internet) para facilitar o desenvolvimento dos novos projetos, bem como para facilitar a multiplicação da iniciativa dentro das escolas.

Também são realizadas reuniões eletrônicas com especialistas, ou convidados especiais. É incentivado também o intercâmbio de informações, com base nos dados levantados pelos alunos, que são usados para compor um banco de dados.

Teletutoria (interação entre estudantes e especialistas de diferentes áreas, que atuam como tutores) e Telepresença (reunião virtual de alunos de diferentes lugares geográficos com o objetivo de trabalhar com atividades orientadas para a resolução de problemas) são outras ações desenvolvidas dentro do programa.

‘O projeto, que, no fundo, é um processo de humanização, começou com escolas problemáticas, e os resultados foram extraordinariamente surpreendentes. Hoje, pode-se dizer que os alunos e as escolas envolvidos no programa estão vivendo uma nova realidade”, diz Thereza Brino, coordenadora do projeto.

Da Agência Imprensa Oficial