Da Agência Imprensa Oficial e Agência de Notícias da USP
O professor Antonio Gomes de Araújo, do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da USP, desenvolveu um dispositivo capaz de comandar máquinas submarinas por meio da internet. O Controlador Lógico Programável (CLP) é eficiente na coleta de informações sobre correntes marítimas ou tubulações no fundo do mar. Ele dirige um robô coletor de dados que transmite as informações para um navio, possibilitando então a retransmissão para um satélite.
A vantagem do sistema é a possibilidade de um especialista operar o equipamento a distância e por telefone, além de orientar alguém no local para procurar possíveis problemas. “Em engenharia naval, o CLP é útil para verificar quanto a estrutura de um navio está sendo deformada. Por meio de um sensor, um alarme é ativado avisando sobre riscos de acidentes”, informa o professor.
Parceria e segurança
A Schneider Electric do Brasil é parceira da USP no estudo. Ela possibilitou a montagem de um sistema de ensaio com CLP e implantou o servidor de Internet embarcado, equipamento responsável por conectar o maquinário à rede mundial de computadores.
No teste, foi utilizado um motor capaz de ser controlado, ligado e desligado pelo computador. Dois sensores, chamados extensômetros, são responsáveis por monitorar e controlar a deformação causada pelo movimento do motor.
Embora eficiente, o equipamento ainda não é utilizado na sua plenitude, devido aos riscos potenciais de vazamento ou roubo de informações. “Há a possibilidade de alguém invadir o sistemas e copiar ou destruir os dados”, explica o professor.
A demora ocasionada por computadores lentos e conexões ruins de internet são outra limitação. “Para obter mais eficiência, o sistema requer uma linha dedicada. Porém isto não é um impedimento até que a tecnologia do CLP esteja disponível e barata para a maioria das pessoas”, completa.
O estudo sobre o CLP é tema da dissertação de mestrado e foi orientada pelo docente Toshi-Ichi Tachibana, para quem o alvo principal não são os grandes usuários. “Queremos auxiliar quem tem menos recursos. Hoje, a maioria da população têm conexão rápida em casa e o projeto depende dessa capacidade de transmitir informações”.
Países como Japão e Estados Unidos mantêm estudos com a mesma finalidade. Porém o CLP do pesquisador brasileiro funciona há mais de um ano na internet. “O diferencial é que uso um sistema real e não uma simulação”, conclui o professor.
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