Especial do D.O.: Unesp desenvolve criação de insetos para acabar com as pragas da lavoura

Utilização do controle biológico é uma técnica barata, com maior proteção ambiental

seg, 10/11/2003 - 10h36 | Do Portal do Governo

Um dos grandes avanços da tecnologia na área agrícola é a utilização de um elemento da própria cadeia alimentar para evitar a aplicação de pesticidas na agricultura, produtos perigosos para o homem e para os animais domésticos e silvestres.

O projeto de automação para a produção e reprodução em larga escala de larvas, do inseto crisopídeo – popularmente conhecido como “bicho lixeiro” – vem sendo desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Fitossanidade da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, campus de Jaboticabal.

“Os EUA têm o maior número de biofábricas na área, e países da América Latina – Peru e a Colômbia – já têm esse tipo de empreendimento’, informa o coordenador do projeto, o biólogo e professor Sérgio de Freitas, autor de aproximadamente 120 artigos sobre o assunto.

A utilização do controle biológico é uma técnica barata, com maior proteção ambiental e mais saudável para o ser humano. “A grande vantagem do método é que o agroecossistema se mantém estável, eliminando o impacto drástico de agrotóxicos, com efeitos danosos para a natureza, podendo deixar resíduos nos alimentos e na água”, afirma o professor.

Agente biológico multiplicador

O “bicho lixeiro” foi o escolhido nessa pesquisa para ser o agente biológico multiplicador, em razão da voracidade com que se alimenta de grande variedade de insetos que atacam as plantações. “A larva do crisopídeo é capaz de combater insetos daninhos às plantações de algodão, soja, amendoim e seringueira, entre outras”, diz Freitas.

A grande vantagem do “bicho lixeiro” é a redução – e em alguns casos até a eliminação – da necessidade de pesticidas, que também atacam a população de organismos benéficos. “Usando agrotóxicos, a própria praga pode desenvolver resistência, levando o agricultor a aplicar cada vez mais produtos tóxicos”, conclui o coordenador do projeto.

Marcia Bitencourt
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)