Especial do D.O.: São Paulo está pronto para elevar suas exportações de carne bovina

Procura pode ocorrer porque recentemente surgiu no rebanho norte-americano um caso de 'doença da vaca louca'

qua, 07/01/2004 - 11h21 | Do Portal do Governo

O Brasil, sobretudo o Estado de São Paulo, principal centro consumidor e exportador de carne bovina do País, está pronto para atender à demanda adicional dos países importadores que deixaram de comprar o produto dos Estados Unidos. Essa procura pode ocorrer porque recentemente surgiu no rebanho norte-americano um caso de encefalopatia espongiforme bovina (BSE), conhecida mundialmente como “doença da vaca louca”.

“As indústrias brasileiras, principalmente as paulistas, têm capacidade para atender prontamente qualquer país consumidor de carne que eventualmente necessite preencher o espaço deixado pelos exportadores norte-americanos”, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Duarte Nogueira.

Para ele, é hora de o Brasil aumentar os investimentos em sanidade e reforçar as exportações do produto, focando as atenções em países consumidores como Japão, Coréia do Sul, Cingapura, Taiwan, Rússia. No entanto, primeiramente os setores público e privado precisam encontrar soluções que eliminem barreiras sanitárias, relacionadas a países importadores de carne dos EUA, como o Japão e Coréia do Sul, que ainda não firmaram acordos comerciais com os exportadores brasileiros.

Maior rebanho do mundo

De acordo com o secretário, há muito tempo São Paulo vem servindo de exemplo para os demais Estados produtores de carne bovina do país: “Os frigoríficos paulistas são responsáveis por mais de 70% as exportações de carne brasileira e há oito anos não há nenhum registro de febre aftosa no Estado”.

Lembra que na última campanha oficial de vacinação contra a febre aftosa, realizada no mês de novembro em todo o Estado, foram vacinados 99,42% do rebanho paulista, de 14,4 milhões de cabeças, novo recorde na história das campanhas.

“Temos conseguido registrar seguidos recordes na campanha, o que mostra o importante trabalho da equipe técnica da Defesa Agropecuária. Comprova também o grande interesse dos pecuaristas e da iniciativa privada no combate a essa doença”, diz Nogueira.

O Brasil é dono do maior rebanho comercial do mundo. Em 2003, tornou-se o principal exportador mundial de carne bovina, desbancando a Austrália e os Estados Unidos, seus concorrentes diretos.

“Além da abundância de matéria-prima, temos ainda capacidade para exportar, com frigoríficos modernos e competitivos, capazes de atender ao crescimento das exportações a médio e longo prazo. Existem portos eficientes, como o de Santos, uma das principais vias de escoamento dos produtos agropecuários”, afirma o secretário.

Outro diferencial importante da carne brasileira é o fato de o Brasil produzir o chamado boi de capim, animal natural, herbívoro e livre da aplicação de hormônios de crescimento. Esse sistema é adotado nas propriedades brasileiras com alimentação via pasto e rações vegetais, e coloca o Brasil na lista dos países em que são mínimas as chances de um contágio de “vaca louca”, de acordo com a classificação da Comissão Européia. A doença se manifesta em animais que ingeriram ração derivada de farinha de osso e restos de carne dos frigoríficos.

Da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)