Especial do D.O.: Redução do preço do gás natural em São Paulo varia de 1,5% a 6%

Desde o dia 1º de fevereiro, o preço do gás baixou no Estado

qua, 04/02/2004 - 11h29 | Do Portal do Governo

Desde o dia 1º, o preço do gás natural baixou no Estado de São Paulo. O anúncio foi feito dia 28 durante reunião do governador Geraldo Alckmin com representantes dos setores automotivo e de energia. Para os consumidores menores (residência) a redução será de 1,5% a 1,65%; para o comércio (consumidores maiores) será de 2,5%; e para a indústria chegará até 6%.

Segundo o secretário de Energia e Recursos Hídricos, Mauro Arce, essa redução foi possível porque houve excesso de arrecadação em relação ao gás “e nada mais justo que isso volte ao consumidor na forma de redução de preços.

O governador também autorizou a criação de um comitê permanente de gás, que será formado por cinco secretarias: Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo; Transportes; Transportes Metropolitanos; Meio Ambiente; e Energia e Recursos Hídricos. Representantes do setor empresarial também poderão fazer parte da comissão.

Ampliação do uso do gás

Numa avaliação positiva do encontro, que também discutiu a ampliação do uso do gás natural no transporte urbano e em veículos de passeio, o governador comentou que o Estado tem enorme potencial para explorar o gás natural. ‘Isto é uma realidade em São Paulo, onde passamos de 3 milhões de metros cúbicos/dia para quase 12 milhões de metros cúbicos/dia. Podemos crescer muito mais, pois com a descoberta da Bacia de Santos temos nessa jazida a possibilidade de triplicar o consumo de gás no Brasil, que hoje é de 18 milhões de metros cúbicos/dia, por 20 anos’, assinalou.

A redução do preço do gás, a melhoria da competitividade do preço da indústria e a redução da poluição também foram abordadas pelo governador. ‘Tudo isto pode ser ferramenta para o desenvolvimento, melhorando o emprego, a competitividade das empresas brasileiras e as exportações.’

Reserva de Santos

Na matriz energética brasileira o gás natural representa 3%, enquanto na Argentina e na Europa corresponde a 20%, e nos Estados Unidos, cerca de 25%. Em todo o Estado de São Paulo existem 1,4 mil quilômetros de redes de gás, resultado de investimentos de R$ 1 bilhão da Comgás, Gás Brasiliano e Gás Natural São Paulo Sul, desde 1998. A rede estadual alcança 408 mil consumidores em 55 municípios.

A Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento propõe a dinamização da exploração do gás de Santos que permitirá ampliar a oferta e a redução de preços. A Bacia de Santos (BS-400), cuja descoberta foi anunciada em maio de 2003 pela Petrobrás, tinha pelas primeiras análises potencial de 419 milhões de metros cúbicos do produto.

Novas avaliações realizadas em setembro indicaram que o campo pode atingir 1 trilhão de metros cúbicos, o que a tornará uma megarreserva, semelhante à da Bolívia. A estimativa de sua capacidade de produção é de 55 milhões de metros cúbicos/dia, durante 20 anos.

Menor preço e menos poluição

O número de postos de gás natural veicular (GNV) deve chegar a 300 no Estado, visto que o consumo veicular está aumentando. O GNV apresenta duas vantagens em relação aos outros combustíveis: preço menor e redução na emissão de poluentes. Polui 50% menos do que o diesel. Além disso, não emite enxofre nem fumaça preta.

Um dos obstáculos para o aumento de seu consumo é o custo da conversão, que gira em torno de R$ 10 mil para ônibus e de R$ 3 mil para veículos de passeio. O vice-presidente da Bosch na América Latina, Besaliel Soares Botelho, enalteceu o desenvolvimento de motores flexfuel, que utilizam álcool e gasolina, e comentou que sua empresa está desenvolvendo motor trifuel (que incluirá o GNV) para colocar à disposição das montadoras.

O diretor de controle da Daimler Chrysler/Mercedes-Benz, Josef Wuerth, disse que a montadora produz dois tipos de motores no Brasil e está pronta para produzir ônibus a gás.

Da Agência Imprensa Oficial

(AM)