Especial do D.O.: Programa ensina profissão para ex-detentos na Grande São Paulo

Grupo de 50 egressos do sistema prisional está sendo treinado em obras de calçamento em Carapicuíba

qua, 05/02/2003 - 9h39 | Do Portal do Governo

Um grupo de 50 egressos do sistema prisional iniciou ontem, dia 4, obras de calçamento na Avenida Mário Covas, em Carapicuíba. Estiveram no local o secretário de Estado da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, o chefe de gabinete da secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, Joaquim Lopes, e o prefeito da cidade, Fuad Gabriel Chucre.

A previsão para o término das obras, numa área de 10 mil metros quadrados, é de quatro meses, período em que aprenderão a profissão, receberão certificado e estarão aptos a reingressar no mercado de trabalho.

É o projeto-piloto do programa Calçadas metropolitanas – fazer calçadas fazendo cidadãos, idealizado pelas duas secretarias, com apoio da prefeitura de Carapicuíba. No futuro, poderá estender-se a 32 cidades da Grande São Paulo, incluindo a Capital.

A coordenadora de Saúde do sistema prisional, Maria Eli Colloca Bruno, informa que existem outros municípios interessados no programa, como Taboão da Serra e Franco da Rocha. “Mesmo depois de receber o diploma, os egressos terão acompanhamento por 10 meses, tempo em que tentarão arrumar emprego e redirecionar suas vidas.”

A freqüência ao trabalho é condição necessária para que recebam bolsa-auxílio mensal de R$ 200,00. Têm direito a vale-transporte, cesta básica, almoço no local, uniforme e ferramentas.

Antes de iniciar as obras, o grupo passou por fases teórica e prática de treinamento. A coordenadora informa que eles aprenderam noções de cidadania, visitaram fábrica de pedras para assentamento e fizeram, como estágio, o calçamento da Estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), de Carapicuíba.

Ressalta que os trabalhadores ficaram muito felizes e agradeceram pela oportunidade de aprender um ofício. “Um deles contou que chegou a arrumar emprego, mas duas semanas depois a empresa descobriu que era ex-presidiário e o demitiu.”

Entre os egressos, estão homens que cumpriram pena e estão livres e outros ainda em liberdade condicional, provenientes de várias prisões do Estado. A média de idade oscila entre 18 e 25 anos. O programa estabelece que os ex-detentos trabalhem em locais próximos à sua residência.

Da Agência Imprensa Oficial
e Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária