As secretarias de Desenvolvimento Social (Seads) e de Emprego e Relações do Trabalho (Sert) entregaram certificados aos 198 empreendedores formados pelo Projeto Cidadão do Presente, desenvolvido no Vale do Ribeira em parceria com as prefeituras de Apiaí, Barra do Chapéu, Capão Bonito, Guapiara, Itapirapuã Paulista, Itapeva, Itaberá, Ribeira, Ribeirão Grande e Sete Barras.
O projeto teve início para combater o desemprego e o trabalho degradante na área mais carente do Vale do Ribeira, o Alto Vale. Para isso, promove a capacitação dos interessados e sua organização socioeconômica, buscando a formação de pequenos empreendimentos.
A iniciativa, que teve como público-alvo membros das famílias de crianças inseridas no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), atendeu a 981 pessoas nos 10 municípios do Vale do Ribeira. O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Seads investiram R$ 600 mil na formação de 30 empresas populares nas áreas de horticultura (orgânica e convencional), apicultura, artesanato (fibra de banana, cerâmica e patchwork), temperos e conservas, confecção (lingerie, malhas, moletons e cortinas), fabricação de sapatos e culinária (salgados, massas, picles e compotas). Hoje, cerca de 300 pessoas trabalham nessas funções.
Metodologia
O Projeto Cidadão do Presente fez parte do Programa de Auto-Emprego (PAE), que a Sert realiza há sete anos, em parceria com órgãos governamentais e entidades da sociedade civil. A metodologia empregada pelo PAE baseia-se no princípio de que os indivíduos têm capacidades e materiais não-utilizados que podem ser desenvolvidos e direcionados para a geração de atividades produtivas e rentáveis.
Na prática, a iniciativa caracteriza-se pela participação ativa das pessoas em todo o processo de aprendizado, que abrange tarefas de organização, planejamento e realização de um empreendimento, escolhido por elas, com orientação dos técnicos de planejamento econômico-social, responsáveis pelo acompanhamento de todo o processo. Também são qualificados pelo mesmo método.
A comunidade é mobilizada pelas lideranças locais, contatadas pela equipe do PAE, e participa da escolha dos cursos e da sua divulgação, da seleção dos instrutores que o ministrarão, da determinação dos locais onde serão realizados e das matérias-primas a serem empregadas. Esse processo tem três fases: a de prospecção, na qual ocorre a análise de viabilidade técnico-econômica para a formação do empreendimento; a de capacitação, com a realização da habilitação técnica e gerencial dos interessados para criação e gestão dos empreendimentos; e a de acompanhamento, que objetiva a consolidação da empresa popular.
