Especial do D.O.: Prefeitura de Registro e CDHU preservam comunidade e meio ambiente

Projeto habitacional e programas sociais proporcionam moradia segura e trabalho para famílias que viviam em áreas de risco

ter, 10/06/2003 - 10h52 | Do Portal do Governo

Em 1997, uma das maiores enchentes já ocorridas no Vale do Ribeira causou a morte de três pessoas, deixou quinze mil desabrigadas e destruiu cerca de 90% da produção de banana, o principal produto da região. Os prejuízos foram avaliados em cerca de R$ 43 milhões. Registro foi um dos municípios mais atingidos.

O prefeito municipal, Samuel Moreira da Silva Júnior, assinaou um convênio com a Companhia do Desenvolvimento Habitacional e Urbano – CDHU, para a construção de casas destinadas às famílias que viviam nas áreas de risco, sujeitas a enchentes. Surgia assim o bairro Vila Nova, um conjunto com 394 casas, e uma infra-estrutura básica: fornecimento de água e de luz, serviço de coleta de lixo e de esgoto, além de escolas e uma Unidade Básica de Saúde.

Tenacidade e dedicação

Cinco anos depois da entrega das primeiras casas, as pessoas que moram no conjunto Eiji Matsumara podem inscrever-se no programa Renda Cidadã, que garante às famílias, mediante o cumprimento de algumas condições, o direito de receber a importância de 160 reais mensais. Um desses requisitos é participar do projeto Atendimento à Família, que funciona no chamado “Centro de Lazer”, um espaço de convivência onde são oferecidos cursos e atividades voltadas para adultos e crianças.

A coordenadora do local, a psicóloga Rosângela Xavier Matta, diz que ali são ministrados cursos de pintura em tecido, artesanato com fita ou com argila e trabalhos feitos em tear (que utilizam como matéria-prima a fibra de bananeira), além de cursos para formação de manicures e cabelereiros. O Centro de Lazer desenvolve ainda os programas Migrante e Fortalecendo a Família. A idéia é “proporcionar melhores condições de vida aos moradores do lugar, seja em termos de convivência com a família, seja capacitando-os para que consigam ter uma fonte de renda”.

Laura Ribeiro tem 47 anos de idade. Vinda de Jacupiranga, cidade do Vale do Ribeira, diz que sempre trabalhou na roça e não sabia fazer nada na vida, a não ser “lidar com a enxada”. Mãe de 9 filhos, conta que seu pai a tirou da escola quando estava na 2ª série do ensino fundamental, o antigo curso prímário.

Até se mudar para o bairro Vila Nova “não sabia cuidar direito da casa e dos filhos”. Hoje, sente-se orgulhosa por ter aprendido muita coisa. A coordenadora do Centro de Lazer diz que Laura é considerada um exemplo de tenacidade e dedicação por suas colegas de trabalho, que a elegeram “a mascote do grupo”. Apesar de um pouco tímida, conta que já conseguiu ganhar algum dinheiro com as almofadas de crochê que aprendeu a fazer. E acrescenta que há algum tempo vem economizado no corte de cabelo dos filhos e dos 4 netos, pois ela mesma assumiu essa tarefa. Antes de voltar para a aula de culinária, diz que está construindo mais um cômodo na casinha de 40 metros quadrados onde mora, pois, além de ter uma família grande, tem certeza de que ali “a enchente nunca vai chegar”.

Para os técnicos da prefeitura, um projeto como esse cumpre uma dupla função: cuida do bem-estar de algumas famílias, resolvendo um grave problema social, e também preserva a boa qualidade da água, o que representa um benefício para todos.

Maria Ermínia Ferreira
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)