Especial do D.O.: Prédio da Faculdade São Francisco é patrimônio histórico e cultural

Instituição é marco da história cultural brasileira e exemplo arquitetônico de estilo barroco

sex, 03/01/2003 - 11h11 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Estado da Cultura transforma a mais antiga das escolas do País, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em patrimônio histórico, cultural e urbanístico. O conjunto arquitetônico, abrangendo edifício principal, tribuna livre (defronte da entrada) do Largo São Francisco, biblioteca, salas, vitrais e luminárias será tombado conforme resolução publicada na edição da última quarta-feira, dia 1º, do Diário Oficial do Estado.

O tombamento inclui todos os apliques e detalhes originais do prédio, internos e externos, que expressem formalmente a peculiaridade de suas características artísticas e arquitetônicas, fachada, placa sobre a pedra fundamental, as estátuas O Idílio, conhecida como O Beijo , de Willian Zadig, e a de bronze de José Bonifácio, entre outros monumentos.

Fundada no tempo do império, em 1827, por D. Pedro I, a instituição é marco para a história cultural brasileira, bem como exemplar arquitetônico da década de 30 em estilo do barroco, reelaborado pelo arquiteto Ricardo Severo. Inicialmente instalada no Convento de São Francisco de Assis, onde viviam os frades franciscanos, começou a funcionar em 1o de março de 1828, pouco tempo antes de sua irmã de Olinda. O prédio antigo foi demolido na década de 30, para dar lugar ao prédio atual, concluído em 1938.

Formando personalidades

Pela faculdade passaram estudantes que se tornaram personalidades destacadas na vida brasileira, sendo um dos mais notáveis Ruy Barbosa. Teve também papel preponderante na história das instituições políticas e sociais do Brasil. De lá saíram os presidentes da República Prudente de Morais e Jânio Quadros; os governadores de São Paulo Américo Brasiliense, Abreu Sodré e Franco Montoro.

A instituição foi palco de campanhas pela Abolição da Escravatura, pela República, da Revolução Constitucionalista de 32 , do Petróleo é Nosso, e da luta contra a ditatura, em todos os seus anos de duração, que fez ecoar o grito pelas Diretas Já, a mobilização pelo impeachment do presidente Collor, em 92, entre tantos outros movimentos.

A luta pelos Direitos Humanos e os ideais de Justiça, em seu sentido mais amplo, prevaleceu sobre o lado escuro da história das Arcadas, que chegou a constituir um núcleo do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), na época da ditadura.

Claudeci Martins- Da Agência Imprensa Oficial