Especial do D.O.: Parceria Unesp e empresa privada produz chip para monitorar bovinos

Técnica poderá elevar a produtividade e as exportações

qua, 28/01/2004 - 17h23 | Do Portal do Governo

O Brasil tornou-se o maior exportador mundial de carne bovina em setembro do ano passado, superando a Austrália. São mais de 1,5 milhão de toneladas do produto vendidas por ano a países europeus e asiáticos. Este desempenho faz com que surjam no País novas tecnologias na pecuária, como o projeto realizado pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Unesp, câmpus de Jaboticabal, e a multinacional All Flex, que poderá auxiliar no gerenciamento de grandes fazendas de gado bovino.

Baseada num dispositivo eletrônico, a técnica poderá elevar a produtividade e as exportações do produto. Permite, por exemplo, obter informações precisas de cada animal em um rebanho com mais de 200 mil cabeças. O aparelho, dotado de chip de computador, com numeração única, é colocado na orelha do animal. Na pequena peça, são registrados vários itens, como histórico de pesagem, período de desmame, sistema de alimentação e vacinação, entre outras informações que permitem acompanhar o rendimento do rebanho.

Acesso remoto

O professor do Departamento de Zootecnia, da FCAV, Ricardo Reis, informa que a cada nova pesagem do animal os dados são atualizados e automaticamente enviados para um banco de dados. O acesso é feito por produtores e técnicos, via internet, de qualquer lugar do mundo, mediante senha.

O dispositivo facilita armazenamento, acesso e a análise das informações para melhor tomada de decisão em relação às práticas de manejo a serem adotadas. A ficha técnica eletrônica também serve como garantia de procedência e permite maior confiança na venda e compra do animal.

O grupo de pesquisa coordenado por Reis inclui áreas como nutrição e produção de ruminantes, comportamento animal, economia rural, composição corporal e qualidade da carne. O projeto inclui, ainda, avaliação econômica do sistema de produção de carne, com base na pastagem, no qual foram estudados diferentes grupos genéticos recebendo suplementação protéico/energética em três quantidades. “Um dos objetivos é identificar qual a melhor forma de manejo nutricional, levando em conta os fatores pastagem e genética”, afirma Reis.

O técnico responsável pela empresa All Flex, Bruno Innecco, exemplifica outros recursos do sistema. “É possível traçar análise por gráficos comparativos de ganhos de peso de animais de mesma idade e selecionar os melhores no momento do abate. A maior diferença em relação à coleta manual de dados é a redução de fontes de erros.” Innecco ressalva que o dispositivo ainda está em fase de teste, mas deverá ser vendido no Brasil a partir de 2004.

Julio Zanella – Do Jornal Unesp
Da Agência Imprensa Oficial