Especial do D.O.: Parceria entre Sabesp e SOS Mata Atlântica quer reduzir lixo jogado no Tietê

Cerca de 35% da sujeira acumulada na Bacia do Tietê vem do lixo jogado nas ruas

seg, 16/02/2004 - 9h04 | Do Portal do Governo

Cerca de 35% da poluição acumulada na Bacia do Rio Tietê não vem de redes de esgoto, mas sim do lixo jogado nas ruas. Todos os dias, as águas deste rio recebem toneladas de sacolas plásticas, garrafas, latas e outros materiais abandonados por moradores da região metropolitana de São Paulo. No ano que vem, esse tipo de lixo jogado na Bacia do Tietê poderá corresponder a 300 toneladas diárias.

“Se a população não mudar de atitude, a situação permanecerá crítica. Daqui a 11 anos, esse entulho representará 65% da sujeira despejada diariamente na bacia”, garante José Antônio De Angelis, superintendente de gestão e empreendimentos da produção da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), empresa vinculada à Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento.

Na tentativa de reverter o quadro, a Sabesp firmou parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica para a segunda etapa do Projeto Tietê. A ONG ficou responsável por elaborar um programa detalhado de educação e conscientização ambiental.

Participação da população

A aproximação da população é fundamental para o sucesso do projeto, que nasceu justamente após abaixo-assinado feito em 1992 por 1,2 milhão de paulistas. Isso porque mesmo com os esforços do poder público, o Tietê poderá continuar poluído em 2015. Estudos da Sabesp indicam que daqui a 11 anos o lixo jogado nas ruas representará 167 toneladas que chegarão diariamente no Tietê. Para ser considerado limpo, esse volume tem de ser menor que 100 toneladas.

O plano elaborado pela SOS Mata Atlântica foi baseado em experiências de outros projetos de mobilização e educação ambiental. O trabalho é estruturado em ações como o incentivo ao acompanhamento da sociedade em todas as etapas do projeto e a elaboração de um plano para as escolas, com capacitação de professores e confecção de material didático. No entanto, há espaço para os projetos de outras ONGs serem encampados. Nestes casos, a SOS gerenciaria os demais planos, além de repassar parte dos recursos financeiros.

Degradação ambiental

A SOS Mata Atlântica trabalha com a educação ambiental, tendo por ênfase a área de recursos hídricos, desde 1991. Há seis anos, a fundação desenvolveu, com financiamento da Sabesp, o projeto Observando o Tietê em 55 municípios ribeirinhos, formado por 300 grupos de monitoramento. No programa, a SOS incentivava estudantes e líderes comunitários a verificarem periodicamente a qualidade da água do rio.

A experiência credenciou a ONG a participar da segunda etapa do Projeto Tietê, o maior programa de saneamento ambiental do País. Cada um dos 300 grupos de monitoramento, abrangendo escolas da rede pública e privada e grupos organizados da sociedade civil, utiliza um kit de análise da água. Neles há substâncias que reagem e mudam de cor conforme parâmetros físico-químicos: coliformes totais, oxigênio dissolvido, demanda química e biológica de oxigênio, fosfato, PH e nitrogênio amoniacal.

O método permite mapear a degradação ambiental, sendo também importante para o processo educativo, já que a medição levanta questões sobre as causas da poluição.

Além disso, as equipes são estimuladas a observar as espumas, transparência, material sedimentável, larvas e lixos. Os grupos de monitoramento do Tietê atuam desde a nascente do rio, em Salesópolis, até a foz, no Rio Paraná.

Da Assessoria de Imprensa da Sabesp
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)