Especial do D.O.: Odontologia de Bauru desenvolve novo tratamento para cisto ósseo

Vantagem é o menor custo dos exames em comparação com o preço da cirurgia

ter, 11/02/2003 - 10h27 | Do Portal do Governo

Da Agência Imprensa Oficial e Agência USP


A Faculdade de Odontologia da USP de Bauru (FOB) desenvolveu novo tratamento para cistos ósseos simples. O método dispensa a cirurgia e consiste em efetuar o controle clínico e radiográfico do doente até obter a cura definitiva da lesão. Os pesquisadores descobriram que esse tipo de problema pode se auto-regenerar sem medicação, mas não ocorre em pacientes com mais de 30 anos.

O trabalho foi iniciado há oito anos e é coordenado pelos professores José Humberto Damante e Osny Ferreira Júnior, do Departamento de Estomatologia da FOB, e pela professora Eliete Neves da Silva Guerra, da Universidade de Brasília. A vantagem é o menor custo dos exames em comparação com o preço da cirurgia. Além disso, evita-se um procedimento invasivo e doloroso que impõe um período de reabilitação.

O cisto ósseo simples é uma lesão autolimitante que se estabiliza e não progride como um tumor, porém debilita o osso e diminui a sua resistência. A causa é um problema vascular ocasionado por infarto ou hemorragia. Quando incide na região da cabeça e pescoço, afeta principalmente a mandíbula e pode se repetir em tecidos ósseos de outras partes do corpo.

Exames periódicos

Durante o tratamento, a integridade dos dentes deve ser mantida. As radiografias são tomadas em 20, 60 e 180 dias e sempre são precedidas do exame clínico, que deve confirmar a evolução do quadro. Depois desse período, caso a situação permaneça inalterada, fica confirmado o diagnóstico de cisto ósseo simples. A partir daí os controles passam a ser anuais até o término da remodelação óssea.

Na eventualidade de qualquer alteração do quadro, como presença de dor, expansão óssea ou crescimento anormal da lesão, o paciente é submetido ao procedimento clássico de tratamento, a cirurgia.

Os testes

Os integrantes de um grupo de dez pacientes com diagnóstico de cisto ósseo simples foram submetidos ao novo tratamento. Seis casos estão regredindo, um desapareceu totalmente (cura completa), outro permanece inalterado e dois aumentaram. Os pesquisadores explicam o aumento observado em dois casos pela fase em que a doença foi descoberta. De acordo com experiências anteriores, quando a lesão é detectada numa fase inicial há, primeiramente, um aumento de tamanho, seguido por um período de estabilização e depois regressão.

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