Especial do D.O.: Museu do Ipiranga comemora hoje 40 anos de integração à USP

Nesse período, instituição gerou intercâmbios nacionais e estrangeiros e ampliou infra-estrutura

ter, 11/03/2003 - 9h54 | Do Portal do Governo

Da Agência Imprensa Oficial e Assessoria de Imprensa do Museu do Ipiranga


O Museu Paulista, conhecido como Museu do Ipiranga, está comemorando nesta terça-feira, dia 11, 40 anos de integração à Universidade de São Paulo (USP). Nesse período, o centro de preservação localizado na zona sul da capital foi renovado, efetivou intercâmbios com instituições nacionais e estrangeiras e recebeu reforços em recursos humanos e infra-estrutura.

A universidade, por meio de órgãos diretivos, tem oferecido suporte técnico, administrativo e operacional para execução dos projetos institucionais. E tem possibilitado também o acesso a financiamentos para pesquisa e infra-estrutura.

A direção do museu vem promovendo, de modo gradativo, a informatização dos acervos e a preservação e reconstituição do edifício histórico. Além dos recursos próprios, conta com a cooperação da iniciativa privada.

História

O núcleo original do museu foi criado em dezembro de 1890 quando o acervo do coronel Joaquim Sertório foi doado por Francisco de Paula Mayrink ao Estado de São Paulo. A inauguração ocorreu em 7 de setembro de 1895.

Instalado no bairro paulistano do Ipiranga, nas primeiras décadas voltou-se, particularmente, para a Zoologia por meio de pesquisas de campo e de laboratório, coleta de material, intercâmbio e publicação da Revista do Museu Paulista, em 1896.

O centenário da Independência, em 1922, motivou a organização da seção de História; a ornamentação do edifício; a aquisição de novas coleções e o início da publicação dos Anais do Museu Paulista, com estudos históricos e de etnografia brasileira.

Com a criação da USP em 25 de janeiro de 1934, o museu foi considerado instituto complementar. Na época, a pesquisa concentrava-se em Antropologia e História. Com o tempo, a seção de Antropologia dividiu-se em Arqueologia e Etnologia. A produção acadêmica de livros e artigos permitiu a publicação, em 1947, da Nova Série da Revista do Museu Paulista.

Em 1961, o então diretor Mário Neme iniciou a transferência do controle da instituição da Secretaria de Estado da Educação para a USP. A cessão foi consumada com a Lei no 7.843, de 11 de março de 1963, e incluiu, além do Museu Paulista, o Museu Republicano Convenção de Itu.

Em agosto de 1989, com a transferência dos acervos para o novo Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE/USP), na Cidade Universitária, o Museu Paulista se reorganizou como museu de história, voltado para o campo da cultura material.

Livros, telas, móveis, objetos e até brinquedos

O Museu Paulista está instalado num edifício que celebra a Independência do País. Com 6.200 metros quadrados de área construída, está situado não muito distante do local onde, 68 anos antes, D. Pedro I deu o célebre grito de “Independência ou Morte”.

O arquiteto italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi projetou o prédio de estilo arquitetônico eclético, a partir de um modelo de palácio renascentista.

O acervo possui mais de 125 mil unidades, entre objetos, iconografia e documentação arquivística. Produz conhecimento científico, cultural e educacional por meio de exposições, cursos e publicações. Os itens mais antigos são provenientes do século XV e os mais recentes, de meados do século passado. São peças nacionais e estrangeiras utilizadas no Brasil e particularmente em São Paulo até 1950.

Os núcleos de objetos são diversificados e incluem seções novas como a de brinquedos industrializados e ferramentas de ofícios urbanos. Os conjuntos mais numerosos são móveis, porcelanas, máquinas de costura, ferros de passar e utensílios da vida doméstica antiga. Outras seções abrangem objetos de uso pessoal, arte sacra paulista, medalhística, numismática e filatelia.

Originais preservados

Destacam-se também, as partituras de óperas do compositor Antônio Carlos Gomes e documentos do inventor Alberto Santos Dumont, com registros das experiências aeronáuticas do pai da aviação. Na cartografia, predominam plantas e mapas paulistanos do século XX.

O material impresso apresenta cartazes e álbuns de figurinhas referentes a movimentos políticos como a Revolução Constitucionalista de 1932 e comemorações como o 1º Centenário da Independência do Brasil (1922).

As telas abrangem pinturas a óleo, aquarelas, guaches, murais, retratos, naturezas mortas, pinturas históricas, de cunho religioso e paisagens. Entre estas, o quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, vistas da cidade de São Paulo, do Rio Tietê e das vilas e fazendas do interior e litoral paulistas.

A biblioteca dispõe de um conjunto de 26.466 livros e 2.300 títulos de periódicos. Ela inclui a biblioteca do Museu Republicano “Convenção de Itu”, extensão do Museu Paulista, especializada no estudo da República brasileira, entre 1889 e 1930.

Publicações

O museu produz e distribui as seguintes publicações: Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material e Cadernos de História de São Paulo. O trabalho abrange considerável material pedagógico como cartões postais, CD-Roms O Pátio do Colégio e a fundação da cidade de São Paulo e Militão de Azevedo e a cidade de São Paulo e fitas de vídeo São Paulo Antiga: uma encomenda da Modernidade e Museu Paulista da USP -institucional.

SERVIÇO
Museu Paulista (Ipiranga) – www.mp.usp.br
Correio eletrônico – mp@edu.usp.br
Parque da Independência, s/no – Ipiranga – São Paulo (SP)
Telefone (11) 6165-8000
Visitação: terça-feira a domingo, das 9 às 16h45
Ingresso: R$ 2,00 (grátis para menores de cinco e maiores de 60 anos). No terceiro domingo do mês a entrada é gratuita
Rogério Silveira

(AM)