Especial do D.O.: Museu de Pesca de Santos encanta crianças e adultos

Ala lúdica cria cenários representados pelos ecossistemas marinhos do litoral paulista

qui, 13/02/2003 - 11h04 | Do Portal do Governo

Santos tem uma atração especial além das praias: o Museu do Instituto de Pesca. Instalado em construção do início do século passado e tombada pelo Condephaat, abriga em seu acervo tubarões, animais marinhos empalhados, conchas, esqueletos de animais aquáticos. Entre eles, o de uma baleia Fin, com 23 metros de comprimento, pesando 7 toneladas.

Depois de 11 anos fechado, o museu foi reinaugurado em 1998 tendo a criança como público preferencial. Com função cultural e educativa, a instituição pretende estimular o respeito pelo mar e pelas coisas da natureza, para que crianças e jovens tomem conhecimento da importância da preservação do meio ambiente.

Atenta à curiosidade das criança, a equipe que dirige a instituição tratou de aproximar o acervo do público. ‘Criamos um ambiente interativo. Tiramos as espécies das estantes e permitimos que os visitantes toquem as peças’, explica o diretor do museu, Eduardo Gomes Sanches.

A iniciativa agrada as crianças. Um grupo de alunos da Creche Cecon Estrela Guia, de Santos, em visita ao museu não se cansava de passar as mãos nos pêlos de uma foca, exposta na mesma sala do esqueleto da baleia, a principal atração. O diretor esclarece que espécies raras, extintas ou ameaçadas de extinção ficam protegidas, ‘apenas ao alcance dos olhos’.

Ala lúdica

Para prender a atenção da criança, um projeto transformou mais de 25% da área de exposições em espaço de aprendizado destinado à garotada. A Ala Lúdica Petrobras, patrocinada pela empresa com o apoio da Associação dos Amigos do Museu de Pesca, foi inaugurada na reabertura do prédio e recria um barco e o ambiente sob as águas.

A viagem começa pela Sala da Praia, com cenários que representam quatro ecossistemas marinhos do litoral paulista – manguezal, costão rochoso, praia arenosa e fundo do mar. Para chegar ao ‘fundo do mar’ é preciso descer ao porão e andar agachado para conferir a beleza e as minúcias da vida sob as águas.

Depois, a ordem é ‘navegar’ na Sala do Barco, que recria o cenário de fantasia das histórias de piratas, e visitar Quarto do Capitão. Lá, as crianças ficam conhecendo a lenda do capitão Padilha, um fantasma que protege o museu. Em março, a instituição irá inaugurar mais um espaço lúdico – a Sala do Submarino.

Vida no mar e a importância da preservação ambiental

Patrimônio histórico e cultural da cidade, o Museu de Pesca quer se transformar em instrumento para complementação do ensino formal em áreas correlatas à temática da instituição. Recebe estudantes de escolas públicas e particulares de todo o Estado para visitas monitoradas e promove atividades relacionadas ao conhecimento do ambiente aquático, envolvendo preservação ambiental, História, Geografia, Biologia e Oceanografia.

‘Vindo ao museu a criança conhece a vida no mar e aprende a respeitar a natureza’, afirma Solange Alalcon, diretora pedagógica da Creche Cecon Estrela Guia, que levou um grupo de alunos para conhecer o museu. Na volta à creche, as crianças serão estimuladas a contar o que viram na visita e realizarão diversos trabalhos para mostrar o que aprenderam.

Criado oficialmente em 1950, a função principal do museu é desenvolver ações científico-culturais com a finalidade de conscientizar a população da importância da preservação e utilização racional dos recursos marinhos e das águas continentais.

O museu é vinculado ao Instituto de Pesca, órgão da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento ligado à pesquisa científica em recursos aquáticos renováveis (pesca e aqüicultura). Nesse sentido realiza ações com o intuito de criar, descobrir e estimular a correta utilização dos recursos naturais, incluindo os recursos pesqueiros. Uma das únicas instituições do gênero no País, o museu funciona como veículo de divulgação técnico-científica na área da pesca, aqüicultura, biologia e ecologia aquáticas.

Sirlaine Aiala
Da Agência Imprensa Oficial
(Fonte: Livro De Escola de Aprendizes a Museu de Pesca, de J. Muniz Jr. e documentos do Museu de Pesca)