Especial do D.O.: Infocentros beneficiam comunidades carentes em São Paulo

Desde sua criação, em julho de 2000, foram mais de cinco milhões de atendimentos

ter, 25/11/2003 - 11h32 | Do Portal do Governo

Usar computador, enviar e receber e-mails, ler notícias nos sites, fazer pesquisas, trabalhos escolares, cadastrar currículos em páginas de oportunidades de emprego e muito mais, tudo de graça. Há mais de três anos isso é possível com o Acessa São Paulo, programa do Governo de São Paulo, executado pela Imprensa Oficial. Além dessas facilidades, em maio foi criada a Rede de Projetos, que possibilita às entidades comunitárias e à população carente o desenvolvimento de ações em benefício da comunidade, utilizando a informática como ferramenta de trabalho.

Um exemplo do que pode ser feito por meio desse programa é o infocentro da Associação dos Deficientes Visuais e Amigos (Adeva), localizado na Escola Estadual Marina Cintra, na Consolação, bairro central de São Paulo, em funcionamento desde março de 2002. O Centro de Treinamento Mário Covas, como é chamado pelos funcionários, voluntários e associados, homenageia o governador que assinou o decreto autorizando o emprego de quatro salas da escola para palestras, cursos profissionalizantes, como o de informática, e outras finalidades.

Inclusão digital

Com a parceria do Acessa São Paulo no infocentro da Adeva foi possível instalar nos computadores o Virtual Vision, software específico para cegos, que transforma em voz as imagens lidas no computador. Esses usuários especiais têm à disposição 12 equipamentos, impressora em braile e cerca de 20 cursos, como digitação, Windows, Word, Internet, HTLM, Delphi e Lógica de Programação. O tempo diário de permanência de cada usuário especial na sala é de duas horas.

O presidente da Adeva, Markiano Charan Filho, disse que um dos objetivos é promover a integração social e a cidadania, possibilitando aos deficientes melhores condições de subsistência. Ele se anima com a existência do infocentro: “É uma satisfação. Além de propiciar o aumento de capacidade de atendimento da instituição, oferece inclusão digital”. Charan lembrou que o Virtual Vision custa R$ 1,5 mil, e um micro, R$ 2 mil.

No seu entender, as empresas não priorizam a admissão dessas pessoas: “Os empregadores acham que não podemos fazer nada. Aqui, mostramos que podemos trabalhar normalmente. É necessário que a pessoa se qualifique para o mercado”.

Mais recursos

O infocentro participa da Rede de Projetos. Muitos sites não estão disponíveis aos deficientes visuais por se limitarem a informações somente em imagens, nem todas em textos, o que impossibilita o uso de softwares sintetizadores e leitores de voz. O instrutor voluntário, Márcio Ruiz Spoladore, conta que teve a idéia de criar o projeto de acessibilidade das páginas enviando por e-mail solicitações de acesso a 60 meios de comunicação (rádios, televisões, revistas, jornais), que hospedam seus conteúdos na Internet: “Conseguimos bom retorno. Somente três não modificaram suas construções”. Ele explica que começou por este segmento por não existir jornal em braile. “A intenção é retomar esse projeto e incluir outras áreas como órgãos públicos, educação e bancos.”

Cinco milhões de atendimentos: é a inclusão digital

O Acessa São Paulo tem o apoio da Companhia Paulista de Processamento de Dados de São Paulo (Prodesp). Desde sua criação, em julho de 2000, foram mais de 5 milhões de atendimentos, sendo 230 mil por mês. Existem 137 unidades (61 infocentros no interior, em parceria com as prefeituras, 60 comunitários na capital, em convênio com instituições sociais e 16 postos públicos – espaços onde existem serviços como Poupatempo e Bom Prato).

Os equipamentos ficam à disposição do usuário por períodos de 20 a 30 minutos. Os 400 monitores e estagiários são treinados por educadores da Escola do Futuro da USP. “Nosso objetivo é levar os serviços do governo eletrônico a quem não tem acesso e permitir que todos possam dispor da comunicação de rede para resolver seus problemas”, diz o coordenador do Acessa São Paulo, Fernando Guarnieri.

Pela página www.acessasaopaulo.sp.gov.br, o internauta pode participar de curso de informática à distância (Web Aula) e utilizar cadernos eletrônicos (apostilas ensinam noções básicas de uso do computador). Há também o link para o Dicionário Digital da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Com ele, o deficiente auditivo aprende verbetes e sinônimos de palavras, por meio de vídeos que mostram a correta comunicação de sinais. Além disso, há 35 iniciativas registradas na Rede de Projetos.

No final de outubro, a Associação Brasileira de Empresas Estaduais de Processamento de Dados, em parceria com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do Governo Federal, ofereceram ao Acessa São Paulo o Prêmio Excelência em Governo Eletrônico, como reconhecimento da importância das iniciativas do governo eletrônico no âmbito estadual.

Perfil dos usuários do infocentro

– Em todas as faixas etárias é maior o percentual masculino;
– 57% dos entrevistados têm renda familiar inferior a R$ 400,00 mensais só acessam a Internet nos infocentros;
– Dos usuários com mais de um ano de atividade, 45% vão ao espaço todo dia;
– 4% precisam de transporte público ou próprio para chegar ao infocentro;
– 72% acham que a comunidade está mais articulada após a instalação do infocentro;
– 57% acham que a Internet serve para mandar e receber mensagens e pesquisas diversas;
– 54% acreditam que a Net serve para procurar emprego.

SERVIÇO
Na página www.acessasaopaulo.sp.gov.br os interessados encontram o endereço de todas as unidades do programa

Viviane Gomes
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)